SSD usado vale a pena? 5 cuidados ao comprar
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

O preço do armazenamento caiu bastante nos últimos anos, mas SSDs de alta capacidade ou de performance extrema ainda representam um investimento considerável na montagem de um PC. Com modelos novos de 2 TB ou mais custando mais de R$ 1.000, o mercado de usados se torna um caminho atraente para quem busca mais espaço sem esvaziar a carteira.
Diferente de outros componentes, o SSD possui uma vida útil diretamente ligada à quantidade de dados gravados nele. Isso adiciona uma camada extra de risco à compra. Para te ajudar a fazer um bom negócio e não levar para casa uma unidade prestes a falhar, o Canaltech listou 5 cuidados essenciais na hora de comprar um SSD usado.
1. Saúde do drive é a maior prioridade
Esse é o ponto mais importante de todos. Todo SSD tem um indicador de vida útil chamado TBW (Terabytes Written), que é a quantidade total de terabytes que o fabricante garante que podem ser escritos na unidade.
Antes de fechar negócio, peça ao vendedor um print da tela de um programa como o CrystalDiskInfo ou similar. Então, verifique estes dois dados:
- Status de Saúde: deve estar como "Saudável" ou, no mínimo, "Bom". Qualquer coisa abaixo de 90% já é um sinal de alerta que merece uma negociação de preço ou até mesmo a desistência da compra
- Total Host Writes (Total de Gravações): compare o valor exibido com o TBW especificado pelo fabricante para aquele modelo. Um SSD que já atingiu 70% ou 80% do seu TBW total pode não ser um bom negócio, mesmo que o preço seja baixo, já que o SSD pode não durar muito tempo na sua mão
2. Compatibilidade: formato, conexão e tamanho
Assim como memórias e processadores, SSDs também têm suas particularidades de compatibilidade. Comprar o modelo errado significa que ele pode não funcionar ou sequer encaixar no seu computador. Fique atento aos formatos e interface, é importante saber diferenciar um SSD SATA de 2.5" (aquele formato de "caixinha", como um mini HDD) de um SSD M.2. E mais: um M.2 pode ser do tipo SATA ou NVMe (muito mais rápido). Verifique no manual da sua placa-mãe quais tipos de M.2 ela suporta.
Em relação aos SSDs SATA, literalmente qualquer placa-mãe oferece suporte a esse formato, disponibilizando algumas portas para esse tipo de drive, algo que depende do nível do chipset da placa.
Já considerando formado M.2, existem diferentes comprimentos (2230, 2242, 2260, 2280). O "2280" é o mais comum, mas confirme qual o tamanho suportado pela sua placa-mãe para não ter surpresas na hora da instalação.
3. Relação entre preço, tecnologia e desempenho
O mercado de usados é uma "terra de ninguém" quando se trata de preços, não existe uma tabela fixa. Um SSD topo de linha de alguns anos atrás pode ter um preço similar a um modelo de entrada novo, e a escolha nem sempre é óbvia.
Um SSD SATA usado, mesmo que de uma marca premium, pode custar o mesmo que um SSD NVMe de entrada novo. Na maioria dos casos, a tecnologia mais recente do NVMe oferecerá um desempenho muito superior e a garantia de uma vida útil completa pela frente. A economia no usado só compensa se a performance for condizente e a saúde da unidade estiver excelente.
4. Verificação do estado físico
Apesar de não terem pinos frágeis como processadores AMD mais antigos, ou os sockets em placas-mãe, os SSDs ainda merecem uma inspeção visual. Em compras presenciais, tente inspecionar o conector (seja SATA ou M.2) em busca de danos, arranhões profundos ou sinais de oxidação. Verifique a placa (PCB), procurando por rachaduras ou componentes que pareçam danificados.
Se a compra for online, peça ao vendedor fotos nítidas e detalhadas de todos os ângulos do produto, além de vídeos. Desconfie de anúncios com poucas imagens ou fotos de baixa qualidade.
5. Segurança na compra e testes obrigatórios
A regra de ouro, já mencionada para outros componentes, se aplica perfeitamente aqui: compre em plataformas que ofereçam proteção ao comprador, como o Mercado Livre e a OLX. O prazo de 7 dias para devolução é seu maior aliado.
Assim que receber o SSD:
- Instale no seu PC e, antes de mais nada, use o CrystalDiskInfo para verificar se os dados de saúde e uso batem com os que o vendedor anunciou.
- Formate a unidade para garantir que não há nenhum dado ou malware escondido.
- Execute testes de velocidade com programas como o AS SSD Benchmark para confirmar se o desempenho de leitura e escrita está próximo do que o fabricante promete para aquele modelo.
- Se qualquer teste apresentar erros ou inconsistências, acione a garantia da plataforma e devolva o produto.
Conclusão
Comprar um SSD usado pode ser, sim, uma ótima forma de expandir seu armazenamento com um custo-benefício excelente, especialmente se o objetivo é ter mais espaço para jogos ou arquivos.
Seguindo os cuidados, principalmente a verificação rigorosa da vida útil restante, você reduz drasticamente os riscos de fazer um mau negócio. Com a pesquisa certa e um vendedor confiável, sua peça usada pode oferecer muito desempenho por um bom tempo.
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