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AMD Kabini A6-5200, o equilíbrio entre desempenho e consumo de energia

Por Redação | 14 de Agosto de 2013 às 16h25

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Gustavo Linares / Canaltech
Gustavo Linares / Canaltech
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O Kabini é uma família de processadores da AMD (ou APUs, Accelerated Processing Unit, para ser mais exato) que pretende ser referência na convergência entre desempenho e consumo de energia para que o usuário possa trabalhar em qualquer lugar com velocidade, sem precisar ficar olhando para o ícone de bateria a toda hora. Porém, vamos fazer uma abordagem diferente dessa vez. Ao invés de postar números e explicar o que eles significam nos benchmarks que costumamos realizar, vamos focar em algo muito mais importante: a experiência de uso.

Vamos fazer isso em primeiro lugar devido à proposta do Kabini, já que, ao contrário do A10-6800K que analisamos há algum tempo, desempenho máximo não é o importante aqui. Considerando isso, não é tão importante se ele é X% mais rápido que outro modelo, e sim se é capaz de atender ao usuário na grande maioria das tarefas diárias com competência e baixo consumo de energia. Em segundo lugar, já podemos dizer que o público profissional e gamer hardcore não terá nenhum interesse nesse modelo para quaisquer atividades que costumam realizar.

O Kabini está localizado entre o Richland, linha de APUs voltada para alto desempenho e clocks altos, e o Temash, modelo voltado para tablets que priorizam o menor consumo de energia. Abaixo temos um resumo das variações do Kabini anunciados:

Como podemos ver acima, o A6-5200 nada mais é do que uma versão overclockada de fábrica do A4-5000, motivo de sua TDP ser mais alta.

Vamos à parte técnica. O modelo que recebemos é uma placa-mãe da ASRock no formato desktop com dimensões aproximadas de 18/18 centímetros, mais ou menos do mesmo tamanho que um Mac Mini da geração atual, ou seja, bem pequeno. A AMD realizou um excelente trabalho aqui e fez o Kabini se aproximar da abordagem de um SoC de smartphones, fugindo do PC convencional onde processador, placa de vídeo e chipset ficam em partes separadas. Aqui tudo está no mesmo chip com excelente nível de integração.

Isso permite um consumo bem menor de energia. O A6-5200 que temos em mãos possui uma TDP de 25 watts, bastante baixa para um desktop, e a placa-mãe toda, junto com o processador, puxa meros 40 watts em carga máxima. Há apenas um cooler com um dissipador bem pequeno e podemos estimar até que seja possível criar um modelo fanless, que junto com um SSD permite um conjunto sem uma parte móvel sequer. Isso não só não gerará nenhum ruído como também limita bastante as falhas em potencial.

O A6-5200 que mencionamos é um modelo quad-core que roda por padrão a 2,0 GHz (com 2 MB de cache L2 e sem cache L3) e possui uma placa de vídeo integrada Radeon HD 8400 com 128 cores de processamento de fluxo que rodam por padrão a 600 MHz e suportam o DirectX 11.1, versão mais avançada até o momento. Só há dois slots de memória disponíveis, onde instalamos um kit de 8 GB (2x4 GB) da Kingston rodando a 1600 MHz. Uma das falhas desse modelo é não trazer suporte para kits dual-channel, algo que daria um fôlego a mais para o processador e a placa de vídeo, já que ambos compartilham a memória do sistema.

Instalamos o Windows 7 em um SSD de 32 GB da Kingston para "sentirmos" a máquina e ver como ela se comporta em condições normais, e gostamos bastante dos resultados. Trata-se de uma máquina rápida, responsiva e extremamente capaz de lidar com vários programas abertos ao mesmo tempo (tudo bem que 8 GB de memória RAM ajudam bastante nesse quesito) e conseguimos trabalhar com o Kabini sem problemas nas tarefas que costumamos realizar. Estamos escrevendo esse artigo, editando imagens e vendo um vídeo ou outro no YouTube (para fins de trabalho, claro :) sem qualquer lentidão.

As conexões também não decepcionam. No painel frontal temos nada menos do que 6 portas USB, sendo duas 2.0 e quatro 3.0, conector analógico de teclado de 7 pinos, conexão ethernet, 5 conexões de áudio programáveis e analógicas, uma saída de som óptico S-PDIF e 4 conexões de vídeo: uma analógica VGA (ou D-SUB), uma DVI, uma HDMI e uma DisplayPort para monitores com resoluções maiores. No interior temos um slot de expansão PCI Express para placas de vídeo dedicadas e 4 portas SATA 6 Gbps. A parte curiosa aqui é que o processador não precisa de um conector dedicado para funcionar como um desktop convencional.

Comparando com o Atom Z2760 da Intel, modelo que está presente em muitos modelos híbridos e localizado na mesma faixa de preços, a diferença que vimos de desempenho é brutal. Não que o Atom se saia mal em tablets e conversíveis, mas como máquina de trabalho onde qualquer lentidão representa um atraso em potencial, o Kabini se sai muito melhor. O concorrente em relação à TDP direto do Z2760 seria a versão A4 do Kabini, mas ainda assim o gap entre um e outro não fica tão menor.

Em relação à primeira gerao de APUs de baixo consumo da própria AMD, em especial o E-350, a melhora também é enorme. Já passou por aqui no Canaltech uma versão com esse processador e a diferença de desempenho chega a ser de 100%, senão 150%, em tarefas do dia a dia, ainda mais considerando que o modelo que tínhamos em mãos também estava equipado com um SSD da Kingston. Como dissemos, gamers e usuários profissionais ainda não são atendidos pelo Kabini pois esse público necessita de um potencial de desempenho muito maior.

Ao compararmos com a geração Ivy Bridge de processadores de baixa voltagem da Intel (voltados para Ultrabooks) a história é um pouco diferente. Mesmo com 4 núcleos e um clock maior, sentimos que o desempenho do processador é o mesmo de um Core i3 de terceira geração, ficando abaixo de um Core i5 e longe de um Core i7. A exceção são os gráficos, onde a Radeon HD do Kabini ganha de longe da Intel HD 4000. Essa comparação é apenas como referência, já que os modelos Intel Core i estão em uma faixa de preços mais alta do que o Kabini, mas é bom para termos uma ideia do que esperar.

Conclusão

O Kabini é bastante novo e ainda não foi lançado oficialmente para venda aqui no Brasil, mas estimamos que o modelo que recebemos poderá ser encontrado na faixa dos R$ 250 incluindo processador, placa de vídeo e placa-mãe, com um custo menor para os fabricantes de computadores, notebooks e ultrafinos. Se for este o caso, ele será uma opção altamente competitiva, capaz de fazer qualquer usuário ter uma máquina rápida para tarefas leves e sem gargalos na hora de assistir um vídeo. Por exemplo, rodamos um filme em MKV codificado em H.264 com áudio DTS 5.1 e não observamos nenhuma queda de frames.

Levando em conta as especificações do Kabini e seu tamanho, é possível ter "Mac Mini com Windows" por um preço bastante acessível. Uma máquina pequena que pode ser inclusive posicionada na parte de trás do monitor (entrada VESA, por exemplo) com um desempenho decente e um baixo consumo de energia, abordagem que pode ser implementada em um all-in-one, por exemplo.

Vantagens

  • Desempenho honesto com baixo consumo de energia
  • Pequenas dimensões
  • Alto nível de integração

Desvangens

  • Não atende ao público profissional ou gamer
  • Sendo um modelo desktop, sua capacidade de overclock é travada e não é possível aumentar o clock
  • Suporta somente um canal de memória