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Hacker adolescente que invadiu servidores da Apple não será preso

Por| 27 de Maio de 2019 às 22h50

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No ano passado, a Apple descobriu que dois adolescentes hackearam os servidores da empresa e fizeram o download de quase um terabyte de informações do então chamado "arquivo seguro". Os rapazes australianos mantiveram o "trabalho" por quase dois anos antes de serem flagrados pela Apple.

Na época, o advogado de defesa de um dos garotos afirmou que ele era um grande fã da marca e queria mostrar que poderia melhorar o sistema de segurança da Apple. Então, em setembro do ano passado, o primeiro australiano – com 19 anos – confessou a invasão aos sistemas da empresa e escapou da prisão com uma pena de liberdade condicional por oito meses. O magistrado do caso afirmou que a decisão possibilitava a reabilitação do réu que "mostrou remorso e cooperou com as autoridades".

E nesta segunda-feira (27) foi a vez de o segundo adolescente receber sua condenação. Como no primeiro caso, o advogado de defesa afirmou que seu cliente não entendia a gravidade da situação e acreditava que a Apple poderia lhe oferecer um emprego.

"Esta ofensa começou quando meu cliente tinha 13 anos de idade, uma idade muito jovem", pontou o advogado Mark Twiggs. "Ele não sabia que hackear os sistemas da Apple levaria a outra coisa senão a um emprego. Isso aconteceu na Europa, uma pessoa semelhante foi pega e ele acabou sendo contratado pela empresa".

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O adolescente cumprirá pena em liberdade condicional por nove meses. A decisão foi influenciada por dois motivos: de acordo com o juiz David White, o rapaz tinha uma boa reputação na escola e, depois da invasão, usou seus "talentos tecnológicos" para o bem. "Ele é claramente alguém que é um indivíduo talentoso quando se trata de tecnologia da informação, mas ser talentoso não lhe dá o direito de abusar desse dom", ressaltou White ao anunciar a condenação.

O segundo adolescente, assim como o primeiro, tem planos de estudar cibersegurança e criminologia na universidade. Mesmo com a invasão, a Apple não sofreu nenhum dano financeiro ou intelectual.

Caso

Os dois adolescentes de Adelaide, na Austrália, ainda frequentavam o Ensino Médio quando promoveram o primeiro ciberataque. Em dezembro de 2015, os garotos usaram VPNs e outros tipos de sistemas para criar credenciais falsas e digitais, confundindo o servidor da Apple e o fazendo acreditar que eles eram funcionários da empresa.

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Os garotos ainda usaram vários laptops e conexões diferentes para não serem pegos. O segundo ataque foi no início do ano de 2017. Os dois adolescentes baixaram documentos e dados internos da Apple, incluindo informações pessoais de usuários. Para isso, eles conseguiram as chaves de acesso a setores de alta segurança da empresa.

Pelo menos 90 GB de dados foram salvos pelos rapazes em uma pasta chamada "hacky hack hack". As informações não foram usadas ou repassadas para outras pessoas.

Embora tenham feito todo um sistema de segurança para ocultar suas localizações e IP de computadores, os garotos foram rastreados pela Apple através do número de série dos MacBooks usados no ataque. Em seguida, os dados foram vinculados a registros de compra que permitiram a identificação dos hackers. Com isso, a empresa acionou o FBI, que contatou a polícia federal australiana e conseguiu chegar ao primeiro adolescente. Logo, as autoridades passaram a investigar a participação de uma segunda pessoa no caso.

Todos os equipamentos utilizados pelos rapazes – laptops, smartphones e HDs – foram apreendidos.

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Fonte: ABC, The Age