TSE monta estratégia contra ataques e teme ransomware e vazamento de dados
Por Felipe Demartini | Editado por Claudio Yuge | 04 de Agosto de 2022 às 15h20
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está trabalhando em uma estratégia para lidar com possíveis ataques cibercriminosos durante as Eleições 2022 e não descarta ser alvo de ransomware, operações de vazamentos de dados ou tentativa de comprometimento de sistemas. Enquanto isso, a ideia do órgão é trabalhar em ações preventivas que garantam a credibilidade do pleito e o exercício da democracia pelos cidadãos brasileiros.
- Twitter lança área dedicada às eleições e amplia curadoria de conteúdo
- YouTube revela como vai combater as fake news nas eleições de 2022
As conclusões fazem parte de um relatório técnico do TSE, que cita diretamente alguns dos riscos previstos pelo tribunal. O principal deles é o de ransomware, com a ideia de que um ataque desse tipo poderia acontecer às vésperas das votações como forma de tumultuar o processo de apuração e controle das eleições de outubro; o órgão, inclusive, afirma que isso aconteceu em 2020, mas não de forma a interferir no processo.
Ainda assim, o relatório lembra outro caso desse tipo, em novembro daquele ano, quando sistemas do Supremo Tribunal de Justiça chegaram a ficar mais de uma semana paralisados, sem que servidores e ministros pudessem checar arquivos ou e-mails. Foi um golpe que prejudicou o andamento de milhares de processos e que poderia ser devastador caso acontecesse diante das Eleições 2022.
Outros receios envolvem o vazamento em massa de dados de eleitores e manipulações dos sistemas, seja para tornar válido o voto de brasileiros já falecidos ou para dar direitos políticos a candidatos que a justiça decidiu serem inaptos a competirem. O TSE cita, ainda, a possibilidade de informações eleitorais irem parar na dark web, à venda para o uso em golpes por criminosos digitais.
São ações que, afirma o TSE, colocariam o sistema eleitoral e a própria democracia em xeque, principalmente diante de um cenário em que tais características são constantemente atacadas por governantes eleitos. Daí a ideia de criar uma estratégia para combate a ataques e reação contra eventuais ofensivas que aconteçam até o dia das eleições e apurações.
Entre as medidas a serem tomadas está a definição de técnicos de segurança da informação e revisão dos processos de trabalho que trabalhem diretamente em cada tribunal regional, se reportando à diretoria ou presidência do órgão. Cada unidade, agora, teria de definir sua estrutura mínima e o número de indivíduos necessários, enquanto na esfera nacional, a Justiça Eleitoral trabalha em um programa nacional de cibersegurança cujos detalhes não foram divulgados como forma de manter as estratégias em sigilo.
As Eleições 2022 estão marcadas para o dia 2 de outubro, com os brasileiros indo às urnas para votar em presidente, senadores, governadores, deputados estaduais e federais. Caso haja segundo turno nas votações para os governos do país e estados, ele está marcado para o dia 30.
Fonte: Estadão