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Simulador de pai triste: The Last of Us criou um gênero?

Por  • Editado por  Bruna Penilhas  | 

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Reprodução/Sony
Reprodução/Sony

Seja no Japão feudal, em Midgard ou no meio de um apocalipse zumbi. A figura do pai se tornou um papel recorrente nos videogames, identificando até mesmo o surgimento de um novo gênero para eles. Os jogos que apresentam narrativa emocional com a paternidade sendo um dos pilares da história ficaram conhecidos como “simuladores de pai triste” e estão cada vez mais comuns e famosos.

Envelhecimento do público 

Um público com idade suficiente para pensar nos próprios “daddy issues” também é uma razão para a popularização dos simuladores de pai triste. Os videogames deixaram de ser coisa de criança no final dos anos 90. Com isso, além das aventuras coloridas e infantis, os jogos também se tornaram lar para títulos mais sóbrios, ainda que em mundos de fantasia.

As últimas pesquisas de games no Brasil mostraram que no país, adultos jogam mais videogame do que adolescentes. A edição da Pesquisa Games Brasil 2019 da Sioux Group, Go Gamers, Blend e ESPM, apontou que o maior número de jogadores está na faixa etária entre 25 e 54 anos. Boa parcela desses jogadores (35%), inclusive, já tiveram filhos e tentam entender o que é ser pai.

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Apostar no amor incondicional dos pais pelos filhos também se tornou uma forma de fisgar os jogadores mais velhos. Nos jogos, os pais agem em nome da prole, seja para protegê-los ou encontrá-los a qualquer curso. A figura de um pai que cuida de alguém indefeso cria relação com a realidade de jogadores, servindo de gancho emocional que motiva alguém a terminar e se envolver com um jogo.

É natural que um pai se identifique e se engaje emocionalmente muito mais com a jornada de Ethan Winters para resgatar a própria filha do que com a aventura de Leon para salvar a nada legal filha do presidente em Resident Evil 4. Não à toa, Resident Evil: Village, com a jornada de Ethan, deve em breve vender 10 milhões de cópias e se tornar o jogo mais bem vendido da franquia, segundo projeções da Capcom.

Produtores papais

Do lado da produção, a popularização dos simuladores de pai triste se deve a muitos desenvolvedores se tornarem pais na vida real. Se tornar pai foi uma das chaves que guiou Cory Barlog a reescrever o Kratos mais humano e frágil de God of War de 2018. Certamente um contraponto ao guerreiro sanguinolento dos primeiros jogos da franquia.

O fato é que os simuladores de pai triste vieram para ficar. Podemos dizer que o próximo lançamento que se enquadra no gênero é Death Stranding Director's Cut, que chega exclusivamente no PlayStation 5 em 24 de setembro. A expansão mais uma vez coloca o protagonista Sam Porter Bridges em uma relação nada usal com o BB Pod.

E você? Gosta dos simuladores de pai triste? Acha que tem algum outro jogo do gênero que merece destaque? Comente abaixo e compartilhe a sua opinião conosco!

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Fonte: Kotaku, Wired, IGN Brasil

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