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Review The King of Fighters XV | Combo certeiro

Por| Editado por Bruna Penilhas | 21 de Fevereiro de 2022 às 19h14

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Imagem: Divulgação/SNK
Imagem: Divulgação/SNK

The King of Fighters é uma franquia que sempre foi conhecida pela excelência ao entregar jogos de luta com combos complexos e diversão garantida com o sistema de três contra três, que permite ao jogador avaliar suas estratégias e quais personagens tem sinergia entre si. O Canaltech aceitou o convite da Koch Media para ingressar no torneio e cair na pancadaria de KOF XV.

Primeiro, devo dizer que The King of Fighters XV é a minha franquia de jogos de luta preferida, ao lado do já esquecido no churrasco, Bloody Roar. Digo isso seja pelo modo arcade que sempre foi desafiador, com chefões como Rugal e Orochi, ou pelo estilo artístico e o visual de cada personagem. Quem nunca quis ser tão estiloso quanto Terry, Kyo e Iori que atire a primeira pedra. Com quase 40 personagens e o retorno de vários lutadores clássicos da franquia, a décima quinta edição do torneio dos Reis dos Lutadores é o encontro de todas as gerações da série. E nossa, como foi bacana revisitar Kyo e companhia em uma versão mais atualizada do que nunca!

O arroz com feijão

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KOF XV tem um modo história que, apesar de padronizado, é cheio de arcos diferentes e gira em torno de vários personagens. Em KOF XIV, somos introduzidos a Shun’Ei, que se torna o protagonista desse arco iniciado no último jogo. Seguindo esses acontecimentos, os personagens têm que lidar com Verse, uma entidade maligna que surgiu e precisa ser contida. Mas, como sempre, o torneio The King of Fighters é um catalisador para problemas. Então, cabe à equipe de lutadores que o jogador montar lidar com a situação caótica que acontece durante o torneio.

A campanha cria alguns momentos que são bacanas para quem conseguiu acompanhar a história de The King of Fighters ao longo dos anos, como o diálogo entre Iori e Leona, caso eles se enfrentem em batalha, que comentam sobre como Iori ajudou a selar Orochi, um dos principais vilões da franquia. Mas isso fica somente em cenas soltas durante as batalhas, sendo necessário que o jogador faça as conexões entre as informações. Mas, apesar da história de KOF ser bacana, ninguém joga efetivamente um game de luta esperando um primor de trama. A pancadaria é o que prevalece.

Trocação de soco sincera

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Eu sempre tive a sensação de que em King of Fighters, o jogo é bem mais técnico na questão de encaixar combos e golpes seguidos de habilidades do que em outras franquias. E com o passar dos anos, a série sempre me divertiu, apesar de eu não ser o melhor jogador possível. KOF XV consegue manter a diversão para aqueles jogadores que só sabem um combo ou outro, mas também para aqueles que executam uma King insuportável de enfrentar nos modos online.

Vale destacar que KOF XV chega com rollback netcode, tecnologia que ajuda a melhorar a experiência online, além de vários modos para jogar contra outros jogadores. Inclusive, esse parece ser o foco da franquia a partir de agora. Com cinco modos multiplayer, o novo jogo da SNK busca ter uma longevidade ao colocar essa opção para que seus jogadores possam derrotar os mais variados adversários ao redor do mundo.

Com partidas casuais, ranqueadas, treinamento online e a opção de assistir replays, existem muitas possibilidades para os jogadores habilidosos de The King of Fighters se divertirem. Por outro lado, jogar online sempre será uma diversão 8 ou 80, você querendo ou não. Mesmo sabendo que enfrentar adversários muito habilidosos pode ser frustrante, o jogo faz um trabalho competente no modo online, dando margem para que tanto jogadores casuais como extremamente competitivos possam se divertir e trocar socos contra outras pessoas.

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O modo online Draft vs. merece destaque. Nele, o jogador deve disputar contra seu adversário para conseguir seus personagens preferidos. Os participantes devem escolher alternadamente seus lutadores, o que pode ser interessante ou bem complicado caso o adversário pegue o Terry Bogard que você queria utilizar, por exemplo.

Algumas mecânicas apresentadas em KOF XIV estão de volta, mas melhoradas. Os Rush Combos, uma forma mais rápida de usar os golpes especiais dos personagens, foi refinada para ficar mais acessível aos jogadores casuais. Ao apertar três vezes o botão de soco fraco, o jogador pode emendar com um golpe de sua escolha, e cada botão de ataque finaliza com um especial diferente. Ou seja, você não precisa saber de cabeça todos os combos do Iori Yagami para mandar bem, e está tudo bem.

Repaginado, mas nem tanto

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Outra característica que chama atenção, e já vinha também de KOF XIV, é a decisão de mudar o estilo dos personagens para um 3D parecido com o que a Capcom utiliza em Street Fighter V. Para mim, não foi nada que me fizesse desgostar do estilo e como os lutadores são apresentados, mas sinto falta daquele KOF clássico com visual 2D. Portanto, isso não é um fator que possa tirar pontos do jogo, já que os golpes são bonitos e muito bem estilizados. É bacana demais ver Iori acertando seu Climax, o golpe especial, com esse novo estilo de arte.

Alguns visuais de lutadores foram repaginados, enquanto outros permanecem iguais. Isso funciona em certos casos. Claro que é difícil e ousado mexer em personagens tão clássicos como, por exemplo, Terry Bogard, mas existem outros que merecem urgentemente uma renovação. Não dá para ficar confortável com o design da Mai Shiranui ou da Ángel em 2022. É estranho ver algumas personagens femininas bem representadas, enquanto algumas têm escolhas bem questionáveis. Penso que já passamos desse ponto em que elas precisam ter um visual "apelativo" para agradar um público que não tem necessidade de ser atendido. Até hoje, digo que é inexplicável como Shiranui consegue lutar usando aquela pose que mais parece uma pessoa com sérios problemas na lombar.

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Mas, afinal, vale a pena jogar KOF XV?

Jogar The King of Fighters XV é como voltar a realizar alguma atividade que você fazia anos atrás, e sentir gradativamente sua memória muscular preencher as lacunas. Sabe quando você volta a praticar um esporte depois de muito tempo, e você ainda tem jeito? KOF XV é isso. Você pode ter parado de jogar o game durante anos, mas com o tempo, você retorna a sua forma antiga. Com todo o clichê possível, é basicamente como andar de bicicleta. Só que, nesse caso, algumas pessoas em modos online vão saber andar bem melhor do que você.

A curva de aprendizado em KOF XV está mais suave, apesar de não existirem muitos desafios para os jogadores treinarem, tendo que recorrer ao modo história ou ao modo de treino para exercitar seus combos. O jogo tem um objetivo claro que é extremamente válido e faz sentido: a longevidade nos modos online. Com modalidades completamente diferentes para o jogador testar, além do modo casual e do ranqueado, The King of Fighters XV tem tudo o que a franquia precisa para voltar a circular como um dos grandes jogos de luta.

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Principalmente por ser pensado no combate online, KOF XV tem o potencial necessário para deslanchar e se tornar um jogo que terá uma longevidade maior que o seu antecessor. Mesmo que os novos personagens principais da franquia possam não fazer o seu estilo, boa parte dos lutadores clássicos vão estar lá para suprir a necessidade de jogar com Athena, Benimaru, Ralph e outros. O game consegue ser bonito, acessível para novos jogadores (ou aqueles bem enferrujados) e, ao mesmo tempo, bem competitivo para aqueles que já estão focados em subir nas partidas ranqueadas.

The King of Fighters é uma franquia que juntava os vários personagens da SNK em um grande crossover, e acabou se tornando a principal franquia de luta da desenvolvedora. KOF XV chega para tentar trazer de volta aos holofotes uma série clássica que ficou meio deixada de lado pelo grande público. O jogo está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series S e Xbox Series X.