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Análise | Mr Driller Drill Land é joia rara, mas pouco lapidada no Switch

Por| 17 de Julho de 2020 às 19h15

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Bandai Namco
Bandai Namco

O Switch tem se mostrado o lugar onde os games vão para se aposentar. O console tem recebido uma série de ports de games de 5, 10 e, agora, 18 anos atrás. Mr. Driller Drill Land é mais um título do rol daqueles que ganham uma última chance de brilhar no videogame da Nintendo.

Drill Land é o quinto game da franquia Mr. Driller, com lançamento original para GameCube somente no Japão em 2002. Você pode até estar pensando que “bom, ele só foi lançado no oriente, sendo que esta é uma oportunidade de vir para o outro lado do planeta, não é mesmo?”. Pois bem, ele foi posteriormente lançado também em inglês.

Quando alcança a sua maioridade, o game recebe uma versão concomitantemente par Switch e PCs, com pouquíssimas mudanças: melhorias gráficas para aparecer bem em full HD, além de um modo casual, para quem não está imerso na franquia.

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No final do ano passado, a Bandai Namco criou um selo chamado Encore, com o projeto de recuperar franquias da companhia como Klonoa e Katamari Damacy. Mr Driller é um dos títulos que fazem parte deste grupo de jogos que voltam com publicação pela companhia.

Em se tratando de um game de 2002, cujas mecânicas não foram drasticamente modificadas para 18 anos depois, a pergunta pungente é: será que Mr. Driller Drill Land sobrevive bem ao rolo compressor do tempo?

O que é? 

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A franquia Mr Driller se consagrou por (assim como muitos outros títulos japoneses) levar para os consoles mecânicas típicas de jogos de arcade. Aqui, o jogador controla um driller (palavra em inglês para perfurador ou escavador) e precisa eliminar blocos coloridos abaixo da terra, com certo nível de estratégia para não ser soterrado. Com esta mecânica básica, a série produziu algumas variações com objetivos e habilidades diferentes.

Mr. Driller Drill Land é um jogo-chave para a série exatamente por se uma coletânea das criações anteriores. Como quinto game da franquia, traz também cinco tipos diferentes de fases, com base na mesma gameplay. Por isso, talvez, ele tenha sido escolhido para um remaster no Switch e PC, pela capacidade de apresentar quase que uma coletânea da séria até então.

Drill Land é um parque de diversões inaugurado em parceria com os personagens das séries anteriores. Por isso, carrega cinco diferentes atrações para os visitantes escavadores.

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O jogador pode ter a experiência clássica da franquia na fase Drill Land World Tour. Aqui, é preciso perfurar os blocos com cores variadas, ao mesmo tempo em que busca por cápsulas de ar para continuar se movimentando. O jogador também tem um modo no espaço, em catacumbas no estilo Indiana Jones, e até um modo de exploração com temática de terror.

Em cada modo, também há objetivos diferentes como descer o mais fundo possível, procurar por itens pelas fases ou buscar objetos que causam dano a inimigos até matá-los.

Confuso? 

Tão difícil quanto explicar o que é Mr Driller é jogar o título. A Namco, quem desenvolveu o port para Switch, não modificou as telas e tutoriais do jogo para uma roupagem mais moderna. Assim, o jogador encara uma lista de textos com uma série de regras que só vai compreender quando entrar de fato em um dos modos do game. A sensação é semelhante a quando alguém lê para você o manual de um jogo de tabuleiro novo complexo: você até escuta, mas absorve pouco e só aprende com a mão na massa.

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O hub para se escolheres os estágios também são confusos, de forma que você só entende qual o real objetivo de cada uma das fases depois que entra nelas. Assim, o jogo peca em clareza, principalmente para quem vai entrar agora no título.

Com estes detalhes, Mr Diller Drill Land vai mostrando seus traços de game datado. A falta de um tutorial mais amigável e menos manual de instrução incomoda e se mostra como uma grande barreira para os novatos da série.

Peça rara

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Existe uma ironia interessante na temática escavadora de Mr Driller. Drill Land lançado no Switch e PC é uma metáfora bastante adequada do tesouro encontrado por buscar de antropólogos. Como um osso de dinossauro, é importante que esta peça se torne acessível, mas se mostra pouco útil para além do estudo histórico ou análise do passado.

Assim, Drill Land é uma visita ao passado, mas sem a preocupação estática de explicar aos novatos do que se trata e porque é interessante que se mantenha a franquia viva até hoje.

Ele conta ainda com um modo casual o qual diminui a dificuldade e oferece mais vidas, caso você ainda não esteja pronto para o desafio completo de Mr Driller. Entretanto, para além disso, a Namco e Nintendo não tiveram nenhum trabalho além de jogar o idoso game de 2002 na biblioteca do Switch e PCs sem o devido tratamento de contextualização.

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Com isso, Mr. Driller é um game interessante que volta na geração atual, agradando a quem já conhecida e gostava da franquia. Como ele foi lançado originalmente somente para o GameCube, esta versão garante acesso fácil ao jogo preso anteriormente ao console pouco vendido da Nintendo.

Contudo, não é atrativo para aqueles que podem conhecer o game sem alguém do lado para explicar do que se trata. Desta forma, é o tipo de jogo que prega a convertidos.

O game está sendo vendido na loja da Nintendo no Brasil e no Steam por R$ 139,90, o que ainda é um preço bastante elevado para um game que, em sua essência, foi lançado em 2002. Desta forma, é difícil que ganhe penetração para além dos já amantes da série.

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Mr. Driller Drill Landfoi lançado de 25 de junho de 2020 para Switch e PC via Steam. No Canaltech, o jogo foi testado no Nintendo Switch com cópia gentilmente cedida pela Bandai Namco.