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Análise | 51 Worldwide Classics é bom passatempo e nada mais

Por| 24 de Junho de 2020 às 09h48

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Clubhouse Games
Clubhouse Games

A condição de isolamento social coloca a prova a capacidade de todos os dispositivos em conseguir nos manter entretidos. Acontece com séries, filmes, TV e claro, jogos. Talvez por isso seja tão preciso o lançamento de Clubhouse Games: 51 Worldwide Classics no Nintendo Switch.

Como o nome sugere, o título é uma coletânea de 51 jogos clássicos de tabuleiro e outras adaptações de games que se joga em casa. Sabe quando você vai para algum lugar sem internet e TV e precisa se virar com baralhos e tabuleiros? É basicamente essa a proposta.

Os 51 games envolvem jogos de baralho, como pôquer e rouba-o-monte; tabuleiro como resta-um, ludo, gamão, dominó e até xadrez. Ele também cria algumas adaptações em miniatura de esportes, como futebol, tênis, beisebol, sinuca e golfe.

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A mais de meia centena de títulos vai dar muito tempo para ocupar a cabeça, mas será que só isso é o suficiente para comprar o game?

É só uma coletânea? 

A Nintendo se juntou à NDCube, desenvolvedora first party voltada para o desenvolvimento recente da franquia Mario Party. Isso quer dizer que a empresa tem experiência na criação de bons minigames. Mais que isso, a NDCube também sabe como usar as tecnologias do Switch a seu favor. Desta forma, há jogos com sensor de movimento, que se aproveitam da sensibilidade ao toque da tela, dos joy-cons e até com emparelhamento de vários consoles juntos, o chamado Mosaic Mode.

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Daqui, já parte a primeira recomendação para quem está interessado em comprar este título: se você tem um Switch Lite, provavelmente vai precisar de joy-cons para aproveitar 100% dos títulos. Por exemplo, no game de dardos, é possível lançar os projéteis passando o dedo no touch da tela. Mas a versão mais legal usa os sensores de movimentos do joy-con sendo segurado de lado, como efetivamente fazemos com um dardo.

No de pesca, outro exemplo, é preciso girar o analógico enquanto se puxa o joy-con na mão, fazendo movimentos de varinha de pescar.

Ou seja, sem um joy-con no Switch Lite, você vai perder grande parte da diversão. Por outro lado, é preciso destacar que, mesmo no Lite, é possível conectar o controle presente somente na versão padrão do console.

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Multiplayer, de preferência, local

51 Worldwide Classics é feito primordialmente para se jogar em grupo. Embora ele tenha disputa contra a CPU e games individuais (como Paciência), a diversão acontece de verdade quando mais gente está brincando junto. Ele apela para o multiplayer local e online para até quatro pessoas. No caso do local, é possível jogar entre quatro Switches diferentes ou todo mundo no mesmo aparelho.

Aqui é preciso destacar como a NDCube conseguiu facilitar a vida do jogador. Mesmo que você tenha somente um Switch padrão, com os dois joy-cons que acompanham o aparelho, é possível jogar até quatro pessoas (em alguns títulos). Isso porque a empresa combina o touch com os controles e aproveita que alguns games acontecem em turnos. Ou seja, para jogar dardos, basta que cada pessoa tente na sua vez compartilhando o mesmo joy-con.

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Se o jogo permite o touch, o console reconhece os quatro toques na tela, permitindo que todos joguem ao mesmo tempo.

Se houver mais de um Switch na mesma conexão, também é possível usá-lo como uma segunda tela, sem precisar comprar novamente o game. Esta é a chamada edição de convidado. Até quatro outras pessoas podem baixar o game em seus aparelhos e jogar, sendo que apenas uma delas comprou o título. Isso também ajuda a dar acessibilidade para o multiplayer sem que todos precisem ter a sua versão do game.

São bem feitos? 

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Estamos falando de 51 games diferentes, com propostas e modos de jogar distintos. Isso quer dizer que a NDCube não colocou horas e horas na jogabilidade de cada um deles. Assim, não é de se esperar que essa seja a melhor versão de xadrez, sinuca, golfe ou tênis que você vai ver.

Contudo, todos os títulos são muito bem polidos e com controles que, se não exatamente super precisos, são divertidos e suficientemente bem feitos. Principalmente nos games mais simples, como os de cartas, tabuleiro e dados, é bastante fácil de controlar e entender tudo.

Na maioria deles, há uma versão mais complexa, com níveis diferentes de inteligência artificial e um modo mais fácil para ajuda na hora de brincar com as crianças. Aliás, um ponto positivo é que, em se tratando de 51 jogos, é preciso ensinar como jogá-los. Por isso, antes de começar cada uma das opções, há um videozinho de tutorial explicando regras e controles. Foi assim que este jornalista que vos escreve aprendeu a jogar majong.

Por outro lado, quando o jogo exige um pouco mais de mobilidade, como nos de tênis e futebol, a limitação se mostra maior. Para destacar isso, a empresa transformou esses esportes em versões de tabuleiro. Ou seja os jogadores são bonecos que lembram o totó (também chamado de pebolim em algumas regiões), com movimentos e ações limitadas.

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Novamente, para um jogo que propõe diferentes jogabilidades de tênis, golfe, futebol, beisebol e outros esportes complexos, claramente não seria possível fazer nada muito requintado. Assim, a jogabilidade é bem divertida e polida dentro de uma proposta simples.

Modo mosaico

Este é o principal destaque de 51 Worldwide Classics. O jogo é compatível com uma patente da Nintendo que permite estender a tela de um Switch para outro. Assim, no game de fliperama, por exemplo, é possível fazer o carrinho passar de uma tela para outra.

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A patente já havia sido usada em games da franquia Mario Party, o que permitiu à NDCube colocar a funcionalidade aqui. Assim, é possível fazer até quatro telas formando uma só maior e gigante, todas com toques individuais.

O último “jogo” do 51 Worldwide Classics é o que simula um teclado musical na tela do console. Contudo, ele só permite uma oitava do instrumento (de dó até si) por tela. Assim, se você ligar quatro Switchs emparelhados lado a lado no modo mosaico, pode fazer um teclado virtual de até quatro oitavas, suficientes para brincar com alguma música.

Veja bem, a tecnologia é interessante, mas funciona apenas como um apêndice do game, uma vez que é preciso ter mais de um Switch para isso.

Tem modo história? 

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Não, o game não traz nenhum modo que conte uma narrativa ao jogador. No lugar disso, apresenta um confuso mapa mundi, sem muito propósito, dentro do qual é possível visitar os games preferidos de outros jogadores, bater recordes e só.

Ainda, caso você esteja offline, há personagens espalhados pelo mapa destacando os esportes preferidos de cada região. Contudo, não há um contexto nem história nos joguinhos, o que não justifica usar o mapa para acessar os títulos.

Assim, caso você não esteja animado em jogar nenhum dos 51 games, ele não oferece estímulo para que você volte e continue brincando.

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Vale a pena? 

Bom, 51 Worldwide Classics cumpre bem o que promete. Ele oferece grande parte dos jogos mais clássicos e garante diferentes formas de diversão sem que o jogador precise de muito mais que um Switch.

Assim, você terá grande parte dos games de carta, incluindo pôquer, uma gama de tabuleiros e outros esportes como os já citados aqui par jogar quando quiser.

Entretanto, se você procura algo além do passatempo, que ofereça um desafio real, este não é o jogo. Ele foca em quantidade de jogos e não na qualidade de cada um deles, embora todos sejam bem polidos. Mas não espere, por exemplo, um game de xadrez com contagem de tempo para os movimentos. O objetivo é a diversão.

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O game é vendido na loja brasileira da Nintendo por R$ 167, o que pode ser bem salgado para uma coletânea de minigames. Contudo, pode garantir a diversão coletiva por umas longas horas.

51 Worldwide Classics foi lançado em 5 de junho de 2020 para Nintendo Switch. No Canaltech, o jogo foi analisado na versão padrão do console com cópia gentilmente cedida pela Nintendo.