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Review Halo Infinite | No fim das contas, a espera valeu a pena

Por  • Editado por  Bruna Penilhas  | 

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Captura de Tela/Felipe Ribeiro/Canaltech
Captura de Tela/Felipe Ribeiro/Canaltech

Quando anunciado na E3 de 2018, Halo Infinite deixou o hype dos fãs da franquia nas alturas mesmo com poucos segundos de um vídeo, em que pudemos ver o retorno de Master Chief após os acontecimentos de Halo 5: Guardians. Tudo justificável, claro. Afinal, o Spartan mais famoso de todos os tempos seria, novamente, protagonista de tudo.

Entretanto, era de conhecimento de todos que Infinite chegaria com a nova geração de consoles e que o game, provavelmente, seria o título de lançamento da dupla Xbox Series X e Xbox Series S — algo que, certamente, ajudaria o lado verde da força e tornaria a estreia dos novos videogames ainda mais triunfal. Ledo engano.

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Os diversos problemas com o desenvolvimento do jogo fizeram com que a 343 Industries, estúdio responsável por Halo desde Halo 4, tivesse que atrasar a entrega desse audacioso projeto em mais de um ano, já evidenciado como o maior e mais completo game da franquia. Eis que finalmente chegamos ao lançamento e, com toda a certeza, mesmo não sendo absolutamente perfeito, Halo Infinite cumpre o seu papel de maneira magistral.

Com Master Chief de volta em toda a sua glória, temos aqui um enredo extremamente denso e bem pensado, melhorias brutais no modo como avançamos na campanha e algo que parecia impossível: aprimoramentos na jogabilidade que tornam Infinite como um dos melhores — senão o melhor — FPS do momento.

O Canaltech teve a oportunidade de jogar Halo Infinite antes do lançamento oficial, marcado para 8 de dezembro. A seguir, contamos em detalhes como foi a experiência.

*Essa análise não contém spoilers

Você nunca está sozinho

Depois do início da revolução das IAs feita por Cortana, muito se questionou sobre o que aconteceria com ela na sequência de Halo. Mas, em um primeiro momento, esqueçamos um pouco da histórica fiel escudeira de Master Chief, já que, agora, ele tem outra: Arma, que traz uma personalidade mais viva e faz com que nunca nos sintamos sozinhos na campanha de Halo Infinite.

Resgatado do nada por um piloto sobrevivente da UNSC, Chief vai precisar enfrentar inimigos terríveis e rebeldes, os Banidos, liderados pelo intrigante, parrudo e tristonho Atriox, que houvera vencido o Spartan em batalha recente e desencadeado uma série de acontecimentos que serão explicados na trama. No game, porém, o principal antagonista é conhecido por Escharum, da mesma raça de Atriox, os Brutes.

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Ao chegar em Zeta Halo, somos dominados pela profundidade e necessidades de Chief, que nunca foi tão humano como agora, já que suas falhas do passado também foram determinantes para chegarmos a essa situação no universo de Halo.

A quantidade de lembranças e de questões a serem resolvidas consigo e com seus pares, somado ao fato de que Chief está com mais sede de luta, o tornaram um personagem ainda mais intrigante e, até certo ponto, atraente, mesmo sem que conheçamos o seu rosto.

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Por razões óbvias, não vamos nos aprofundar no enredo, mas o trabalho feito pela 343 foi magistral. Além de reiniciar a trajetória de Chief de certo modo, Halo Infinite abriu uma série de possibilidades para o futuro. Para efeito de comparação e para situar melhor os leitores — principalmente os fãs —, essa é uma campanha que só perde para a de Halo: Reach, reconhecida obra-prima da franquia.

O maior de todos

Promessa cumprida. Desde seu anúncio, a 343 Industries vendeu Halo Infinite como o maior da franquia e isso foi obtido com sobras. Além da campanha, que dura cerca de 12 horas, há uma série de missões secundárias que, de tão atraentes, podem render por volta de 30 horas de jogo com facilidade.

Isso, claro, precisou ser feito com muito trabalho e um estudo para mexer na "espinha dorsal" de Halo, que era justamente sua jogabilidade e progressão. Com extremo esmero, a 343 teve êxito nessa empreitada ao instaurar um mapa de boas proporções e que pode ser explorado livremente como se fosse em um RPG de mundo aberto.

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Para tal, bases foram estrategicamente colocadas em todo o mundo de Zeta Halo para que as conquistemos e possamos usufruir de arsenais completos e de veículos, que nos ajudarão em toda a exploração não apenas das missões secundárias, mas também das principais.

Além disso, Halo Infinite traz mudanças em algo que parecia impossível de ficar melhor: a jogabilidade. O que era bom e beirava a perfeição, agora ficou ainda melhor com o acréscimo de habilidades secundárias a Master Chief e na expansão de seu arsenal de granadas.

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Agora, por exemplo, o Spartan consegue usar um arpéu para alcançar áreas difíceis, um escudo para se proteger de rajadas adversárias e até mesmo um sonar para identificar inimigos camuflados. Além disso, todos esses equipamentos podem ser melhorados com os Núcleos Spartan, localizados por todo o mapa.

No mais, é a boa e velha receita de Halo, com trocação de tiros insana, mas capaz de agradar não apenas veteranos da franquia, mas também novos jogadores.

Sobre a jogabilidade e progressão, também podemos destacar:

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  • Abundância de armas e munição: com mais inimigos e espaço, foi necessário acrescentar armas e munição. As bases agora aparecem em maior número e trazem consigo pequenas estações de recarga, que variam conforme o tipo de projétil usado;
  • Desafio em ótimo nível: mesmo jogando no nível normal, a 343 trabalhou muito bem no tamanho do desafio para Halo Infinite, sobretudo nos chefes e subchefes;
  • Variedade de inimigos: há uma boa variedade de inimigos que possuem forças bem diferentes. O que agrada é que todos podem ser letais, mesmo os Unggoy.

Atraso rendeu frutos técnicos

O atraso no lançamento de Halo Infinite ficou escancarado quando, na Xbox Games Showcase de 2020, foi revelado o primeiro trailer de jogabilidade do game. Por mais que ali tivéssemos, de fato, um jogo bom em termos de gameplay, a parte técnica foi um desastre. A Microsoft não poderia fazer aquilo com sua principal franquia.

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O ano extra para desenvolvimento de Halo Infinite foi essencial para o que nos foi apresentado agora: um jogo lindo, fluído e que merece a alcunha de ser um "vendedor de console". Mesmo que graficamente seja possível perceber que o game poderia ser um pouco melhor, ele não está tão abaixo de lançamentos no mesmo segmento e, tampouco, de outros gêneros.

Chamam atenção os diferentes níveis de iluminação e reflexos, mesmo sem a inclusão do ray tracing, que chegará em algum momento após o lançamento. O mundo aberto também foi bem trabalhado e o nível de detalhamento impressiona, sobretudo na vegetação e nas pedras no caminho. Outro ponto de destaque foram as localidades com pouca luz, onde pudemos ver a atuação do Dolby Vision em todo o seu esplendor.

Aparentemente, não será possível alterar o modo como o game será rodado no lançamento. Em nossos testes, realizados no Xbox Series X, a opção "qualidade" era a única disponível.

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Nos efeitos sonoros e trilhas, Halo Infinite também brilha, com uma ambientação magnífica e emocionante, que casa bem com os diferentes momentos do enredo e dos combates. A dublagem é outro show à parte, como sempre.

Algo que incomodou um pouco em Halo Infinite na parte técnica foram as quedas na taxa de quadros por segundo durante as cutscenes, algo que, com algumas atualizações, deve ser corrigido. Os bugs, mesmo que raros, estão presentes, e também devem sumir com o tempo. Portanto, se você for um "caça-bugs", Infinite não será ambiente fértil.

Multiplayer vencedor

Disponível desde 15 de novembro em formato beta, o multiplayer de Halo Infinite está lotado e diverte em todos os tipos de combate, mesmo com a progressão e desenvolvimento do seu soldado mais lenta do que deveria ser. Isso acontece porque a 343 optou por torná-lo free-to-play (gratuito para jogar) e isso deve acarretar em algumas microtransações.

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Entretanto, não chega a ser um pay-to-win (pague para vencer),já que é possível encarar jogadores de quaisquer ranqueamentos de igual para igual a qualquer momento, mesmo no modo Assassino, em que ter armas mais poderosas é fundamental para ajudar na vitória de sua equipe.

De novidade por aqui, podemos destacar o modo "Bola Maluca", que é uma espécie de rouba bandeira, só que mais insano e dinâmico, e o de captura de pontos, idêntico ao que existe em Gears of War.

Para tornar tudo ainda mais competitivo, a 343 Industries modificou a maneira como as armas e complementos à armadura aparecem, posicionando-as, além das estações temporárias, em localidades discretas e secretas nos mapas.

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Halo Infinite vale a pena?

A espera valeu a pena. Mesmo chegando com um ano de atraso, Halo Infinite é tudo aquilo que esperávamos de um game da franquia. Com mudanças bem-vindas no combate e progressão, temos aqui o maior e mais completo jogo da série em todos os tempos.

O sentimento, porém, é de que ele poderia ter um lançamento que fosse mais de acordo com seu tamanho. Não chegar junto com o Xbox Series X é um grave erro por parte da Microsoft, mas que, felizmente, foi corrigido com a entrega de um ótimo jogo. Quem é fã, vai se deliciar, mas quem não for, precisa experimentar. Vale a pena.

Halo Infinite será lançado em 8 de dezembro para Xbox One, Xbox Series X e Series S e PC. O game estará disponível para o Xbox Game Pass desde o primeiro dia, assim como nos serviços de streaming de jogos da Microsoft.

No Canaltech, Halo Infinite foi avaliado graças a uma cópia digital pré-lançamento para Xbox Series X e que foi gentilmente cedida pela Xbox Brasil.