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Prévia | Resident Evil Village traz nova pegada e impressiona na antiga geração

Por| Editado por Jones Oliveira | 26 de Abril de 2021 às 16h33

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Divulgação/Capcom
Divulgação/Capcom

Resident Evil Village está a apenas dias de distância. Entre uma grande exploração do folclore nórdico e dos mitos góticos, o retorno de personagens consagrados (e outros nem tanto) ou as referências a um dos maiores clássicos da franquia, a expectativa da Capcom é de entregar um dos episódios mais ambiciosos de toda a saga. E os últimos dois finais de semana foram de expectativa e experimentação para os fãs e jogadores das plataformas PlayStation, que tiveram acesso antecipado a duas demonstrações do título.

A escolha por um estilo esquisito de liberação frustrou muita gente — estamos falando de demos limitadas a determinados horários e que, também, permitiam apenas 30 minutos de jogo cada. Quem conseguiu aproveitar a oportunidade, entretanto, deve ter se surpreendido com um título que tenta unir o terror clássico da série com toques de ação, enquanto chama a atenção pela atmosfera pesada e, principalmente, pela performance.

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Mais do que tudo, as duas demonstrações serviram para tirar um elefante da sala e provar que Resident Evil Village roda muito bem, obrigado, nos consoles da geração anterior — ou, pelo menos, no PS4, já que o Xbox One recebe a versão apenas no dia 1º de maio. Dá para notar poucas quedas na taxa de quadros por segundo (com o game rodando a uma peculiar frequência de 45 FPS, que dá certa margem de manobra nos momentos mais agitados), enquanto elementos visuais como a iluminação, o campo de visão e a movimentação de inimigos parece conversar muito bem com o hardware mais defasado.

Isso é verdade, inclusive, na versão original do PlayStation 4, onde o Canaltech teve a experiência. O poder inferior em relação às plataformas de nova geração faz com que os carregamentos de elementos em segundo plano se tornem mais perceptíveis, assim como o pop-in de alguns elementos e texturas, principalmente, no cenário da vila, onde uma das demos se situa. São pequenos detalhes que são, sim, notáveis, mas que nem de longe maculam a experiência. Na maior parte do tempo, você estará preocupado com outras coisas.

E isso, também, transparece no aspecto técnico. Ao adotar cenários mais abertos ou corredores labirínticos de um castelo medieval, Resident Evil Village investe tanto no visual quanto no som, com sons e estalos que fazem parecer que algo está sempre espreitando o jogador. É difícil não se sentir tenso com o momento em que subimos uma colina cheia de grama alta e seca enquanto ouvimos os Licans, como são chamados os novos inimigos do protagonista Ethan, arfando em nosso cangote, mas sem sabermos exatamente onde eles estão.

Um pé lá, outro cá

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Os combates também carregam esse peso, e pelo menos no que a demonstração exibe, não trazem o tiroteio frenético visto nos games de Resident Evil que adotaram uma jogabilidade mais focada na ação. Há, sim, mais munição à disposição, assim como uma pistola já carregada e uma escopeta com algumas balas para serem utilizadas, mas ainda assim, nos vimos na situação de mirar bem e atirar apenas quanto tivéssemos certeza, caso contrário, nos restaria apenas a faca para dar conta de oponentes ferozes que pareceram bem resistentes.

Felizmente, estavam à disposição, também, outros elementos de combate, como uma mina terrestre que poderia limpar vários inimigos de uma vez e o sistema de criação de munição que, com os poucos insumos entregues pela demo, permitiam escolher entre fazer itens de cura ou mais munição. Tínhamos, também, algum dinheiro, que poderia ser usado com o Duque logo no início do cenário do castelo — a nova versão do conhecido Mercador, de Resident Evil 4, permite a compra de armas, melhorias e itens essenciais, mas novamente, os recursos não eram muitos e escolhas adequadas precisavam serem feitas.

Falando em Resident Evil 4, elementos vistos neste clássico também aparecem para ajudar os combates, com Ethan podendo atirar nos Licans através de bloqueios nas janelas ou posicionar uma estante em frente à porta para impedir a entrada. Como novidade, sacos de farinha posicionados estrategicamente permitiam ofuscar a visão dos oponentes, mas apenas por um breve momento — a ideia, aqui, é dar um espaço para que o jogador se posicione, recarregue suas armas e até posicione armadilhas, mas não fuja ou, simplesmente, respire.

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Nesse sentido, dá para perceber também a opção por dois estilos bem diferentes de combate. Enquanto na primeira, Ethan era plenamente capaz de matar os oponentes e ainda obter recursos para continuar o combate, na segunda ele é quase uma vítima, sendo perseguido por Daniela, uma das filhas psicopatas de Lady Dimitrescu, que reside no castelo medieval que estamos explorando e faz uma breve aparição para alegria de seus adores internet afora.

A bonita jovem com a boca cheia de sangue quer consumir o protagonista e faz isso por meio de uma perseguição incessante, a la Mr. X, em Resident Evil 2 Remake. Tiros podem a repelir, é verdade, mas novamente, apenas por tempo suficiente para que o personagem se prepare para mais uma investida ou possa encontrar um caminho de fuga, tudo isso enquanto insetos turvam sua visão, indicam a aproximação da inimiga e zumbem no ouvido do jogador — as demos, também, deixam claro que jogar Village com um bom fone de ouvido é um caminho bem aterrador, e essencial, a se seguir.

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Quando ela nos deixa em paz, é porque caímos em uma masmorra junto do que parecem ser experimentos bizarros realizados por sua irmã, Cassandra, e o que parece ser um caminho de fuga logo se transforma em mais uma horda de criaturas. Aqui, estamos diante de monstros que até lembram os zumbis clássicos de Resident Evil, mas se movimentam bem mais rapidamente e são capazes de usarem armas.

Tanto nesse caso quanto no dos Licans, temos criaturas que sabem usar o ambiente e a movimentação do jogador em favor próprio, esquivando da mira do protagonista e tentando o cercar para atacar de todos os lados. Nas demonstrações, há a sensação de que as criaturas são um bocado fortes, mas isso também pode ter a ver com o status das nossas armas — estamos jogando, claramente, trechos que não são os iniciais do game, enquanto nossos equipamentos estão no nível mais baixo.

Ainda assim, não é como se Resident Evil Village fosse facilitar o tiroteio. E pelo menos no que toca as duas demos disponibilizadas pela Capcom, teremos uma mistura interessante entre a jogabilidade do sétimo game da série, que trouxe a franquia de volta às raízes do Survival Horror, ainda que em primeira pessoa, com um estilo um pouco mais tático e combativo visto nos jogos da chamada “era moderna” da franquia.

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Por outro lado, há de se levar em conta que os trechos parecem escolhidos a dedo para, mais do que exibir a jogabilidade do game, demonstrar seu clima e como, em cenários diferentes, os usuários também precisam mudar seu modo de agir. Chega a ser quase um pecado não podermos explorar com calma os corredores do castelo de Dimitrescu, pois estamos sendo perseguidos por sua filha, mas ao mesmo tempo, é justamente esse sentimento de tensão que permanece após os 30 minutos de experiência com as duas versões de testes.

Mostrando um bocado, mas dizendo pouco

Os trechos, também, são escolhidos a dedo para não contarem muito sobre a história nem trazerem segredos que possam ser decodificados em spoilers. Sabemos que Ethan está buscando sua filha, Rose, e pelo caminho se encontra com algumas das figuras maléficas que transformaram essa região isolada em um inferno, como a própria Mãe Miranda, que parece estar por trás de tudo, além de Gabriela e uma senhora que dá dicas ou indica o caminho de forma extremamente críptica e não demonstra se está ou não do lado do protagonista.

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Temos, também, um olhar mais aprofundado sobre alguns dos sobreviventes que intrigaram os jogadores nos primeiros trailers de Resident Evil Village, mas logo sofrem um destino dos mais terríveis. A visão geral é de uma tragédia que parece ter raízes ritualísticas, ao mesmo tempo em que a comunidade, tomada por uma devoção louca, se vê no lado mais fraco de uma corda que está estourando em favor, justamente, daqueles a quem eles dedicaram sua adoração.

Vale a pena citar ainda a bem-vinda dublagem em português brasileiro, com vozes conhecidas e uma localização que agrada, mas acima de tudo, pode trazer mais gente para a franquia. Em 25 anos, Resident Evil Village será o primeiro da série a trazer personagens falando o nosso idioma, e em um título com tantos personagens bizarros e história para contar, parece que a estreia não poderia ser melhor.

As críticas quanto à janela curta de divulgação da demo, assim como seu limite de tempo, fazem sentido, mas também são parte de um projeto da Capcom que, na divulgação de Resident Evil Village, vem mostrando um bocado, mas revelando pouco. A verdade é que nem mesmo sabemos exatamente qual o ensejo do game, como Ethan foi parar nessa vila e porque a nova aparição de Chris Redfield parece trazer um personagem longe do escoteiro heroico que nos acostumamos a ver nos outros títulos da saga.

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Felizmente, falta pouco para descobrirmos. Resident Evil Village chega no dia 7 de maio ao PC, PlayStation 4, PS5, Xbox One e Xbox Series X — a compra do game também garante Re: Verse, título multiplayer gratuito que tenta ser uma celebração dos 25 anos da marca. Antes disso, no dia 1º de maio, a Capcom volta a liberar as demos do game principal para todas as plataformas, dando mais 60 minutos de degustação ao longo de uma semana.