Preview Park Beyond | Diversão rumo ao impossível
Por Lucas Arraz | Editado por Bruna Penilhas | 24 de Agosto de 2022 às 19h30
Se você é fã do gênero de simulação, tenho uma boa notícia para você. Park Beyond, o jogo de gerenciamento de parques de diversões da Bandai Namco, promete reviver títulos como RollerCoaster Tycoon, com diversos incrementos.
A convite da Bandai Namco, o Canaltech assistiu a uma apresentação e jogou uma demonstração de Park Beyond no computador. O jogo está em desenvolvimento pela Limbic Entertainment, de Tropico 6, e tem previsão de lançamento para computadores e a atual geração de consoles em 2023.
A demonstração concentrou-se em mostrar como funciona a ferramenta de edição de montanhas-russas. O sistema de alocação modular permite que jogadores ajustem as atrações por meio de manipulação de inúmeros atributos, como inclinações, topos, loops e inversões.
De modo geral, o sistema é bastante funcional e entrega uma experiência com altos e baixos de montanha-russa. Com tanta liberdade, fui da excitação pelas grandes possibilidades, ao nervosismo do pensamento: “o que farei a seguir”. Como ferramentas de complexidade, pode demorar um pouco até que os jogadores acostumem-se com a modulação de ângulos e atalhos do teclado, como foi o meu caso. Apesar das novidades, construir um brinquedo radical do zero não é novidade para jogos do tipo, mas Park Beyond incrementa o processo.
Jogue o impossível
Park Beyond segue o conceito que os times da Limbic Entertainment chamaram de Impossification como uma religião. Na aventura, os jogadores poderão construir e gerenciar parques de diversões em sistemas que levam a sério a ideia de que nada é impossível.
Esqueça a gravidade, brinquedos conhecidos ou até padrões de segurança. O título permite que jogadores façam montanhas-russas no meio de cidades, um prédio de carrosséis e piscinas com animais gigantes vivos. Todas as atrações que podem compor um parque, possuem versões aprimoradas que marcham em direção ao exagero.
O impossification dos brinquedos é liberado na medida que o jogador atrai mais visitantes para um parque e os mantém animados. O toque de “coisas impossíveis” segue com canhões que disparam visitantes através de abismos ou rampas desafiadoras que os impulsionam ao céu, promovendo momentos eletrizantes. Um toque sutil, mas muito bem-vindo introduzido ao jogo, é uma câmera que permite percorrer os circuitos montados pelos jogadores com uma câmera em primeira pessoa.
A impossificação segue para além dos brinquedos e também pode transformar lojas, decorações e instalações como parte dos parques dos sonhos. De muitas formas, Park Beyond parece querer que o jogador volte a ser criança e invente o invencível. Particularmente, para a minha felicidade de quem cresceu jogando RollerCoaster Tycoon, o objetivo da Limbic Entertainment é alcançado.
Multiplayer de Park Beyond
Park Beyond inclui temas como Faroeste, DaVinci e Candyville, os quais jogadores poderão escolher trabalhar em distritos totalmente tematizados ou misturar as centenas de elementos para um número praticamente infinito de possibilidades.
Segundo a Bandai Namco, ferramentas inéditas, como a possibilidade de compartilhar criações com outros jogadores em qualquer plataforma, no mundo todo, vão ajudar o gerenciador a chegar a novos patamares. As criações de jogadores como lojas, montanhas-russas, ou mesmo parques inteiros, estarão disponíveis para o proveito de todos.
Como um bom simulador, além de criar atrações, o jogador vai lidar com a burocracia dos negócios. Espere ter que colocar latas de lixo em parques, contratar e manter funcionários felizes e saber quando o público está mais afim de uma loja de roupas fitness ou uma hamburgueria no parque.
O sistema de finanças de Park Beyond é tão amplo como o construtor. O jogador lida com feedbacks do público do parque nas redes sociais, enquanto precisa equilibrar custos com ganhos. Apesar de muito bem feito, o sistema não é muito inovador em relação a outros projetos do gênero. A principal e mais empolgante novidade que a Limbic Entertainment apresentará é outra: um modo história.
Campanha single-player
O gerenciador apresenta um modo história com uma campanha que promete vilões, heróis e muitas reviravoltas enquanto o jogador constrói um império no ramo da diversão. Na aventura, você controla um arquiteto que deve discutir o destino de um parque com Phil, um entusiasta veterano, e Izzy, uma severa executiva focada nos números e na rentabilidade do empreendimento.
A gama de personagens ainda apresenta uma sonhadora que topa todas as ideias do jogador e Alex, um técnico que se opõe às impossificações em nome da segurança. Além de gerenciar o parque, construindo coisas, os jogadores participam de reuniões de negócios com os personagens e devem convencer o conselho a progredir para a próxima ideia.
Toda reunião de conselho formada pelos personagens citados gera missões especiais que o jogador deve cumprir. Por si só, a ideia de um modo de história em um jogo de gerenciamento é bastante empolgante. Apesar de muito abertos, esse estilo de aventura costuma perder o rumo ao não apresentar missões bem construídas e que avançam em uma linha lógica.
O que esperar de Park Beyond?
Para além da história, Park Beyond parece ter intenção de oferecer humor aos jogadores. Existe uma boa dose de piadas e quebras da quarta parede nos diálogos mostrados durante a demo. Em uma cena, o jogador conversa durante um sonho, enquanto a outra personagem do diálogo fala que não existe nada mais clichê em um roteiro que inclui cenas do impossível em sonhos.
Por sorte, o sonho da cena acaba, o jogador acorda e descobrimos que toda a magia de Park Beyond é real. O jogo é um convite para soltar a criatividade, seja pelo desafio do modo história, ou de voltar à época em que acreditávamos que tudo era possível. Este parece ser um novo respiro para os gerenciadores de parques, com ótimas intenções de arrancar sorrisos dos jogadores com suas cores e exageros.
Park Beyond tem lançamento previsto para 2023, para as plataformas PlayStation 5, Xbox Series X, Xbox Series S e PC, via Steam.