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Preview Babylon's Fall | Sem personalidade, mas com combate promissor

Por| 19 de Novembro de 2021 às 19h58

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Divulgação/Square Enix
Divulgação/Square Enix

O histórico de lançamentos da PlatinumGames tem um saldo positivo. Títulos como Bayonetta, Nier: Automata e Astral Chain surgiram das mentes dos desenvolvedores do estúdio japonês, criando uma marca registrada quando o assunto são RPGs de ação e mecânicas de hack and slash.

Uma das próximas apostas do estúdio é Babylon’s Fall, que foi anunciado durante a E3 2018 sem causar muito alvoroço entre os fãs. Publicado pela Square Enix, o game chegará para PlayStation 4, PlayStation 5 e PC, mas a data de lançamento ainda não foi definida.

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Entre os dias 15 e 17 de novembro, pude testar a Fase 3 do beta fechado do game, a convite da Square Enix. A seguir, conto como tive uma experiência bastante decepcionante e nada promissora com a nova franquia da Platinum. É válido ressaltar, no entanto, que este ainda é um jogo em desenvolvimento e o teste não representa a visão final do projeto, sendo possível que vários detalhes mudem até o lançamento.

Combate inventivo, mas ofuscado por falhas

Babylon’s Fall é um RPG de ação totalmente online, em que até quatro jogadores podem jogar cooperativamente e unir forças para percorrer os níveis da Tower of Babylon (Torre de Babylon). Os guerreiros protagonistas, chamados de Sentinel, estão conectados a uma relíquia chamada Gideon Goffin, que dá poderes especiais aos personagens. O beta não apresentou trechos de história e foi possível explorar cinco níveis da Torre.

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Três raças estavam disponíveis para escolha: Huysian, Agavian e Geleilion. Além da origem narrativa, elas se diferenciam no visual e também nas habilidades especiais do Gideon Coffin. Escolhi a Geleilion como opção, mas em nenhum momento do beta cheguei a encontrar um equipamento que estivesse próximo do design mostrado na tela inicial, que é muito mais elegante e original do que os outros que encontrei.

Aliás, grande parte dos itens de vestuário que coletei ao longo do teste são extremamente genéricos. Como uma jogadora que preza por customização e estilo em um RPG, foi desanimador ver a minha personagem com um visual completamente questionável — pelo menos, o jogo deu a opção de personalizar a aparência (cabelos, tom de pele, feições, etc) no começo e durante a experiência.

O único aspecto realmente promissor e minimamente inventivo de Babylon’s Fall está no combate. A ideia é que os jogadores possam empunhar quatro armas ao mesmo tempo, podendo escolher entre espadas, arcos, martelos, cajados e escudos — elas aparecem flutuando nas costas do personagem. Uma arma vai para o espaço de ataque rápido, enquanto outra serve para o ataque pesado e as outras duas ocupam os slot espectrais que estão atrelados aos Gideon Goffin.

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Há dezenas de possibilidades para este formato, já que o jogo permite, por exemplo, que você equipe quatro espadas. Mas a melhor parte é poder encontrar a sua combinação favorita entre os quatro slots disponíveis. Na minha jogatina, gostei de deixar a espada equipada no ataque rápido, para usar como arma principal, e um martelo gigante como golpe pesado para levar os inimigos ao ar (aliás, você pode aplicar golpes aéreos). Nos espaços dos Gideon Goffin, deixei outra espada e um arco para atingir os adversários mais distantes.

Um ponto interessante é que você pode usar as armas atreladas aos Gideon Goffin enquanto está aplicando um golpe rápido ou forte. É até possível usar as duas habilidades especiais ao mesmo tempo, caso você tenha energia espectral (representada pela barra vermelha) necessária para isso. E para conseguir mais energia, você deve aplicar ataques normais ou esperar que ela se acumule muito lentamente. Por este motivo, senti que o combate necessita de um pouco de estratégia, e não apenas de esmagamento de botões.

A esquiva é extremamente necessária, principalmente para quem preferir jogar sem escudo e optar por uma build de armas para curta distância (que foi o que eu preferi). E, durante todo o combate, você também terá que ficar de olho na barra de energia, que é consumida tanto pelas habilidades dos Gideon Goffin quanto pela esquiva. Embora não seja necessário controlar minuciosamente cada movimento que você faz em combate, é bom ficar atento ao consumo e à recuperação de energia.

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Toda esta base de combate é prejudicada pelo restante do jogo. A experiência cooperativa carece de sinergia. Eu só estava lá com outras três pessoas por estar, sem a necessidade ou motivo para criar qualquer tipo de comunicação ou estratégia em grupo. A única diferença entre jogar sozinho ou acompanhado está no nível de dificuldade dos adversários, que muda de acordo com isso.

Após explorar os níveis da Torre de Babylon, é justo dizer que encontrei uma variedade razoável de inimigos. Conforme progredi na torre, senti que passei a enfrentar adversários mais espertos e desafiadores. O sistema de progressão, por sua vez, é simples e sem segredos: você vai conquistar equipamentos mais poderosos nos níveis mais altos, que exigem um nível determinado de poder.

Por exemplo: um determinado nível da torre recomendava que o jogador estivesse com 20 pontos de poder (obtidos pela combinação de equipamentos), e eu estava com 15. Tive que jogar níveis anteriores mais algumas vezes para conseguir itens mais poderosos e então chegar ao nível 20. Precisei repetir esse processo para conseguir acessar o sexto e último nível do beta, que recomendava 40 pontos de força.

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Sim, eu sei. Todo esse processo de revisitar locais em busca de itens mais poderosos não é novidade para o mundo dos RPGs e possui um nome: grinding. O problema é que, em Babylon’s Fall, essa é uma atividade entediante. Eu simplesmente não queria ter que passar pelos mesmos níveis mais de duas vezes, para enfrentar os mesmos inimigos e chefões quase que no piloto automático.

A situação seria diferente se, por exemplo, os níveis contassem com um sistema procedural que mudasse de maneira aleatória a estrutura da fase. Mas há esperança: no lançamento, o jogo promete oferecer diferentes modos, o que pode resolver parte deste problema de repetitividade e trazer novas maneiras de progredir o seu personagem.

Uma ambientação questionável

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Nos betas anteriores, um dos principais alvos de críticas à Babylon’s Fall foi o visual, com gráficos ultrapassados e sem definição ou polimento. A PlatinumGames se esforçou para mudar alguns aspectos deste sentido para a Fase 3. E, de fato, houve melhorias na nitidez dos elementos, mas o estranhamento ainda existe. Embora eu estivesse jogando em um PlayStation 5, achei que estava em um PlayStation 3 — com a exceção de que a taxa de quadros por segundo demonstrou-se surpreendentemente estável na experiência.

De acordo com o estúdio, a equipe usou o estilo artístico “brushwork”, que simula a textura de uma pincelada de tinta, para criar uma “estética medieval de pintura a óleo”. Na teoria, a ideia é original e ousada, mas na prática, só dá a impressão que o jogo tem gráficos datados e pouco otimizados. Como já comentei, não gostei da estética dos equipamentos que encontrei, e achei os cenários igualmente genéricos e sem vida.

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As cores dos ambientes não trabalham a favor do brushwork, que poderia ter sido aproveitado para criar paisagens de encher os olhos. Encorajo e admiro jogos com estilos artísticos que ignoram os gráficos realistas para apostar em um visual mais original, como The Legend of Zelda: Breath of the Wild, The Last Guardian e até mesmo Okami, que também conta com pinceladas.

Por outro lado, as iluminações e efeitos que pipocam dos golpes e armas durante o combate funcionam muito bem para trazer aquela pitada de caos visual para as batalhas, algo comum nos games da Platinum e que, particularmente, me agrada. A trilha sonora, que tem, um clima meio épico e fantástico, merece a menção pela ótima orquestra e coro.

Muito ainda pode mudar

Como Babylon’s Fall ainda não tem uma data de lançamento definida, pode ser que a Platinum aproveite o feedback da Fase 3 para apostar em melhorias e ajustes no game. Não acredito que, nesta altura do campeonato, seja possível mudar drasticamente qualquer aspecto de gameplay, mas retoques no visual e novas funções para o combate e progressão podem dar ao jogo uma nova cara.

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No momento em que está, Babylon’s Fall é um jogo sem personalidade, que foi incapaz de proporcionar diversão ou interesse durante o meu período de teste (aí, como eu gostaria de estar jogando uma demo de Bayonetta 3 no lugar deste jogo). Não me senti motivada a jogar novamente, mas, pelos bons lançamentos dos últimos anos, darei um pequeno voto de confiaça à PlatinumGames, e ficarei de olho para ver o que mudará até o lançamento.