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Martha is Dead | O jogo de terror que foi "censurado" pela Sony

Por| Editado por Bruna Penilhas | 03 de Março de 2022 às 21h00

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Divulgação/Wired Productions
Divulgação/Wired Productions

Martha is Dead começa exatamente como o nome indica, com um corpo de uma mulher sendo encontrado na água. Desde o início, porém, há um toque de lendas e fábulas dado à história, que assume um tom altamente bizarro quando a gêmea da vítima, Giulia, assume a identidade da irmã para sua família e passa a viver como ela, a filha preferida de todos. Acredite, esse é só o começo de uma saga bastante perturbadora e cheia de temas pesados.

Tanto que o jogo foi alvo de um raro pedido por parte da Sony, que solicitou uma redução no tom de visceralidade e violência de um de seus momentos iniciais e que servem para configurar o tom de absurdez. Martha is Dead foi lançado no dia 24 de fevereiro para PC, Xbox One e PlayStation 4, com versões otimizadas para os consoles de nova geração; no PlayStation, entretanto, você não vai poder realizar atos escabrosos com as próprias mãos.

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Falar em censura não é necessariamente correto, já que as cenas em questão estão todas presentes no game. A diferença é que, no PS4 e PlayStation 5, elas não são mais jogáveis e, em alguns casos, acabam resumidas, enquanto outras citações foram removidas, sem impacto direto na história e em seu andamento. Há, ainda, a opção de pular tais momentos completamente, caso o usuário deseje — não vamos revelar os detalhes aqui para evitar spoilers.

O pedido de mudanças feito pela Sony também gerou alterações nas outras plataformas. Em todas, avisos sobre o tom perturbador e violento do game aparecem antes do começo da experiência, assim como links para quem estiver precisando de ajuda para lidar com a saúde mental são disponibilizados de forma mais clara.

As questões aterrorizantes estão em todos os lugares, desde o sinistro velório de Martha (que todos acreditam ser Giulia) durando dias na sala de estar da própria casa, passando por uma questão das mais íntimas até os mistérios de uma família que se viu obrigada a fugir e se esconder em um momento crítico da Segunda Guerra Mundial. Fantasmas, alucinações e imagens cruamente violentas, claro, fazem parte do pacote.

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Acima de tudo isso, e da loucura da própria protagonista, está uma investigação para descobrir exatamente como Martha morreu. As descobertas se entremeiam aos tons horripilantes e a uma mecânica bem interessante com uma máquina fotográfica, que chega a lembrar a saudosa série Fatal Frame, com diferentes tipos de filmes e ajustes da câmera revelando aspectos de uma história contada por meio das imagens.

Não se trata apenas de tirar fotografias, mas também de as revelar à moda antiga, com direito a químicos e papel fotográfico. Os gráficos realistas do game ajudam na exploração e incitam o jogador a fotografar o mundo, descobrindo não apenas o grande mistério de Martha is Dead, mas também visitando virtualmente o interior da Itália no final da Segunda Guerra Mundial.

Vale a pena jogar Martha is Dead?

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Claro, é sempre importante lembrar que, desde o início, o game nos avisa sobre seus temas sensíveis e perturbadores. Martha is Dead contém cenas violentas e que tocam em temas complexos como traumas psicológicos e agressão física, que podem servir de gatilho para alguns jogadores. Sendo assim, é importante tomar cuidado na abordagem para que a experiência não se torne negativa.

Por outro lado, são elementos abordados por uma desenvolvedora que tem experiência em tratar de tais assuntos de forma cuidadosa e, ao mesmo tempo, completamente visceral. Basta olhar o título anterior da companhia, The Town of Light, também um walking simulator de terror que se passa em um hospital psiquiátrico real, na Itália, e se desenrola como um grande manifesto da luta antimanicomial.

Martha is Dead é um passo adiante, tanto em termos narrativos quanto de qualidade, ainda que apresente as marcas de uma equipe pequena e da pandemia da covid-19 em certa falta de polimento e alguns bugs. É mais um posicionamento importante dos desenvolvedores italianos, em uma trama que merece ser conhecida e encarada com a seriedade necessária.