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Dying Light Platinum Edition é pacote completo e caro que prepara para sequência

Por| Editado por Jones Oliveira | 28 de Junho de 2021 às 22h20

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Divulgação/Techland
Divulgação/Techland

A história de sucesso da Techland é mais notável do que a qualidade dos títulos lançados por ela. Com poucos títulos e franquias apresentadas por trailers incríveis, cujas imagens nem sempre se refletem no produto final, a desenvolvedora parece ter encontrado uma fórmula de sucesso que a permitiu alçar voos ainda maiores mesmo depois de se despedir da franquia que a trouxe ao estrelato.

Antes de Dying Light, tivemos Dead Island, game apresentado no início da década passada por um trailer incrível e promessa de mecânicas de desmembramento que não se refletiram no resultado final. Ainda assim, ele gerou sequência e, depois, uma franquia toda nova, ainda que compartilhando as mesmas bases e adicionando o uso do parkour como diferencial e elemento central da jogabilidade.

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É essa agilidade e, diríamos, inventividade, que nos traz até aqui. A meses de lançar Dying Light 2, a produtora quer levar os jogadores de volta ao primeiro game da série e entrega algo que, surpreendentemente, ainda não estava disponível: um pacote completo com todas as expansões e conteúdos lançados ao longo do ciclo de vida do primeiro jogo da franquia, que está chegando ao fim. É, também, uma forma de aumentar o valor percebido de um jogo lançado originalmente em 2015 e cujos problemas, apesar de esbarrarem no material disponível, passam longe de estarem na quantidade de elementos presentes na obra.

O contato com Dying Light Platinum Edition foi peculiar. Depois de analisar o game em 2015 — e não gostar tanto dele assim —, havia o deixado de lado e nunca mais o joguei novamente, com os únicos contatos com a sobrevivência do título sendo os anúncios constantes de expansões e as conversas com amigos e contatos nas redes sociais, com muitos desculpando as falhas do título pelo fato de ele, aparentemente, ser muito divertido se jogado entre conhecidos.

Foi também uma demonstração do caminho que a produtora seguiu até aqui, resolvendo alguns dos problemas da versão original do game e capitalizando o fator caótico que vem da mistura de personagens altamente habilidosos e um mundo sem regras, dominado por zumbis. Prova disso é que, durante a nova experiência, a chatice dos objetivos originais da história se manteve, mas a ideia de retornar ao game para passar com um buggy por um terreno tomado por mortos-vivos ou usar armaduras medievais para encarar os monstros de frente gerou uma curiosidade interessante.

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A Platinum Edition de Dying Light traz, no total, mais de uma dezena de pacotes de roupas, armas e veículos, além de dois novos modos de jogo que mudam um pouco as dinâmicas da campanha central. Nela, inclusive, também estão expansões que trazem novas zonas de quarentena para serem exploradas, com direito a novas missões, e uma adição à própria história, com direito a mapa original e tudo. O primeiro destes aspectos, com toda certeza, soa mais atrativo do que o outro.

Correr é melhor do que entender

O contato com o pacote integral é, novamente, uma constatação daquilo que já havia sido amplamente comentado no lançamento original de Dying Light — seu mundo e a jogabilidade são bem mais interessantes que a trama em si. Chega a ser uma pena vermos todas as possibilidades do game, já percebidas lá atrás e agora evidenciadas pela quantidade de material adicional, serem reduzidas a uma campanha que transforma o jogador, resumidamente, em um garoto de recados do fim do mundo.

Harran é uma cidade sitiada, em que um vírus mortal se descontrolou. Os poucos sobreviventes estão isolados, em situação de penúria e se dividem entre a esperança de um resgate que parece pouco provável ou a liberdade trazida por um mundo sem regras onde há a certeza da morte iminente. Os zumbis tomam conta das ruas, enquanto os humanos se abrigam em prédios e estruturas mais altas, com o jogador, habilidoso em parkour, sabendo muito bem seguir de um ponto a outro.

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E é exatamente isso o que ele faz. Enquanto encontra facções que lutam pelo poder na região ou suprimentos que garantem um pouco mais de sobrevivência, estará sempre seguindo do ponto A ao ponto B para localizar um item, falar com alguém ou resgatar um personagem. Repita essa ação por dezenas de horas e você tem um belo resumo do que é a campanha central de Dying Light.

Chega a ser curioso notar como, na Platinum Edition, somos um garoto de recados do fim do mundo fortemente armado, mas que se vê envolvido em missões bobas que envolvem, por exemplo, buscar ervas para tornar um dos redutos dos sobreviventes um pouco mais cheiroso. Os protagonistas dessa história são desinteressantes e suas missões também; nem mesmo o senso de urgência de um bombardeio iminente, visto como solução governamental para conter a infecção ainda que resulte na morte dos sobreviventes, serve como incentivo para que o usuário se envolva mais com o enredo.

Harran é um grande playground e o foco da Techland em skins, armas e veículos prova isso. Como todo bom praticante de parkour sabe, não se trata apenas de saltar de um lugar para o outro, mas sim, de visualizar o caminho antes mesmo de iniciar a corrida, planejando onde vai subir, quais os caminhos de descida e os pontos de apoio para os pés, bem como a própria velocidade e capacidade de pulo.

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No game, esse aspecto ganha novos contornos quando um salto errado nos joga no meio de uma horda ou nos momentos em que uma telha cede com o peso do protagonista, nos jogando dentro de uma casa que pode conter itens preciosos, uma família infectada ou ambos. Nem sempre existem telhados ou estruturas para fugir, mas dá para atrair os monstros para um lado antes de seguir pelo outro, se aproveitando do fato de o cérebro ser um dos órgãos mais afetados pela contaminação.

Não vá achando que, por ser mais rápido, você está sempre um passo à frente. Isso se prova particularmente verdade nos momentos noturnos, quando os monstros mais ferozes saem da toca e atacam de forma igualmente veloz. Os sobreviventes sabem muito bem que a calada da noite esconde os maiores terrores de Dying Light e é, também, a hora de usar todas as habilidades aprendidas enquanto o Sol estava brilhando — armaduras, armas especiais e demais itens das expansões são providenciais, mas ainda assim, você estará à mercê se não souber o que está fazendo.

Quando se fala em ambientação, chama a atenção, ainda, os extras Hellraid, com forte inspiração na fantasia medieval e em clássicos dos jogos em primeira pessoa, bem como os pacotes de conteúdo que trazem elementos de outros jogos, como Rust e Left 4 Dead, ou que são inspirados em filmes famosos. Novamente, são adicionais que expandem Dying Light além de sua própria história e mostram onde está a verdadeira força do game, fora de sua campanha repetitiva e chata.

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Refrescando a memória

O anúncio da Dying Light Platinum Edition veio em meio a uma transmissão ao vivo que revelou grandes novidades sobre a sequência. Os poucos segundos reservados a esse lançamento mostram, também, que a Techland não parece ter grandes intenções com a versão, no máximo, pretendendo que ela sirva como um ponto de entrada para quem estiver ligado na continuação.

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Chama a atenção, por exemplo, a ausência de melhorias para os consoles de nova geração. Dying Light roda, sim, no PlayStation 5 e Xbox Series X, mas a partir de seus lançamentos originais para PS4 e Xbox One, se aproveitando do potencial adicional das plataformas, mas sem nenhum tipo de desenvolvimento voltado a elas. Não se trata de uma remasterização, de forma alguma, e, entre nós, fica complicado até mesmo taxar a Platinum Edition como um relançamento.

O pacote se assemelha mais a uma coletânea de conteúdo, algo que, inclusive, já havia sido feito antes, mas não de maneira tão completa. A Dying LightPlatinum Edition reúne, ao todo, 22 itens além do jogo base e, por isso, está sendo vendida a preço cheio de game novo, com a produtora acreditando que a quantidade, apenas, seria suficiente para trazer vida nova a um material que, em alguns casos, já tem mais de cinco anos de idade.

Nas lojas digitais de PlayStation e Xbox, o pacote é vendido por impressionantes R$ 329, enquanto nos PCs, o valor é mais baixo, mas igualmente assustador: R$ 250. A Techland parece saber que está cobrando demais, já que na estreia, descontos de 60% foram dados no game e, no momento em que esta análise é escrita, a Platinum Edition de Dying Light é parte da Steam Summer Sale, com uma redução de 75% no preço original.

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Não dá para recomendar um pacote desse tamanho, motivado por um conjunto de extras, por um preço desses. Caso você esteja realmente interessado em Dying Light, vale a pena ser rápido na aquisição do pacote, em promoção, ou esperar uma nova oportunidade de redução para garantir o game a um valor mais baixo. Pelo preço cheio, é melhor investir na sequência, que chega em dezembro e promete mais foco na história, além de um mundo ainda mais devastado e sem lei. Vamos esperar que as palavras que o fazem parecer mais interessante, efetivamente, se provem reais.

Dying Light Platinum Edition já está disponível para PC, PlayStation 4 e Xbox One. No Canaltech, a versão foi analisada no PC, em cópia digital gentilmente cedida pela Techland.