Death Stranding 2: On the Beach vale a pena?
Por Diego Corumba |

Minhas primeiras impressões de Death Stranding 2: On the Beach era de um jogo chato e arrastado. Controlar Sam Bridges (Norman Reedus) com caixas para lá e para cá o tempo todo não soava legal. Foi justamente isso que me afastou do primeiro título. Porém, havia uma razão pela qual o antecessor tinha uma legião de fãs e Hideo Kojima era tão aclamado. E eu precisava descobrir qual era o motivo.
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Talvez pelos gráficos beirando ao realismo, se apresentando como um dos jogos (se não O JOGO) mais bonitos do PS5? Era uma forma de enxergar, mas nem todo lindo pacote compõe uma boa experiência. A mecânica de equilíbrio, que é muito bem-produzida? Até podia ser, o que me surpreendeu pela fidelidade com as físicas do mundo real. Porém, faltava algo.
Após algumas horas, conhecendo os personagens de Death Stranding 2: On the Beach, construindo formas mais inteligentes de explorar seus terrenos, me aprofundando na jornada de Sam Bridges dentro deste universo e seus mistérios, cheguei a um ponto onde o “clique” veio. Subitamente, eu estava viciado no jogo, ansiando por mais uma entrega. Sorrindo para a música, o ambiente e as interações. Certo, talvez Kojima seja mesmo um gênio.
Prós
- Tem um dos melhores gráficos do PS5 e da geração
- A trama mistura bem emoções e momentos épicos
- Sua dinâmica tem uma construção excelente
Contras
- Novos jogadores podem se cansar antes de se conectarem
Ficha técnica de Death Stranding 2: On the Beach
- Desenvolvedor: Kojima Productions
- Produtora: Sony Interactive Entertainment
- Gênero: Aventura/Ação
- Data de lançamento: 26/06/2025
- Plataformas: PS5
- Multiplayer: Cooperação indireta
- Testado no PS5 através de código cedido pela produtora
Uma jornada épica
Mesmo que tenha passado por uma demora para engatar em Death Stranding 2: On the Beach, após esse período de “descrença” percebe-se que há maestria até nos pequenos detalhes. A mudança suave da perspectiva da câmera em determinadas cenas, o momento que determinadas músicas entram, os comentários de Dollman e tudo que envolve o mapa se coordenam em uma sincronia que chega a assustar.
Mais dinâmico que o antecessor, agora você tem diversos inimigos espalhados pelo mapa do México e Austrália. E não adianta eliminar todos das bases que encontra em seu trajeto, já que outros bandidos podem invadi-la e causar problemas na região. Ou seja, cada vez que passar por uma, tem de tomar cuidado redobrado.
O mesmo vale para as novas ameaças saídas diretamente do Death Stranding, os vigias. Eles são figuras que ficam penduradas observando determinadas partes do mapa e ai de você se for visto por elas — terá de correr mais rápido que estas figuras ou terá de enfrentá-las, algo que não é tão recomendável (nem se estiver muito bem armado, diga-se de passagem).
Isso confere uma nova forma que a Kojima Productions trabalhou para tornar Death Stranding 2: On the Beach em algo bem mais movimentado que o jogo anterior. Claro que ainda terá as viagens introspectivas e contemplação do ambiente, mas digamos que as coisas estão muito mais equilibradas agora: você pode ficar parado apreciando pelo tempo que quiser, mas quando se movimentar terá coisas a fazer e ver em seu trajeto na mesma proporção.
Uma novidade na aventura é que não terá desafios apenas com inimigos. O ambiente também será seu algoz, desta vez literalmente. Não serão raras as vezes que vai encarar terremotos (recomenda-se estar longe de montanhas, caso não queira ser atingido por pedras), cheias da maré que alagam áreas inteiras ou até a correnteza dos riachos ficando mais forte durante as chuvas.
Isso também vale para a sua história, que traz momentos épicos e outros emocionantes em um ritmo muito difícil de se reclamar. Em um capítulo, conhecerá uma personagem que passou pelo pão que o Higgs amassou e sofreu demais antes de entrar na sua equipe. E toda a construção da narrativa vai girar em torno destas emoções e em como isso impacta todo o grupo. Em outros, vai encarar chefões colossais e desvendará mistérios que farão a trama geral avançar de forma insana (e surpreendente).
Há capítulos de Death Stranding 2 curtíssimos (e que se resumem a uma cutscene), outros que são mais extensos, mas todos com o objetivo de enriquecer mais o conteúdo. Todos sabem o quanto Hideo Kojima estuda do universo cinematográfico, aplicando bem o formato e a dinâmica para não trazer uma aventura chata ou agitada demais. Você não terá apenas o jogo, mas uma verdadeira experiência multimídia.
Desempenho exemplar de Death Stranding 2
Como muitos clamaram, Death Stranding 2: On the Beach está rodando de forma magnífica no PS5. O Modo Desempenho e Qualidade entregam exatamente aquilo que prometem e confesso não ter visto qualquer problema com a queda da taxa de quadros, travamentos ou coisas do gênero.
Seus gráficos, se não são os mais belos do PS5, estão entre o top 3 de jogos mais bonitos de toda a geração. Faz muito tempo que não ouvia um “parece um filme” enquanto jogava, mas este causou este efeito e é assustador o quanto isso é real. Norman Reedus, o ecossistema e todos os elementos do game são elevados ao máximo potencial pelo motor gráfico Decima e a Kojima Productions merece a glória por esta conquista.
“Não vi uma queda de taxa de quadros sequer, em nenhum dos dois modos disponíveis. Devia ser o normal, mas eles conseguirem este feito é impressionante”
O título também possui diversas opções de acessibilidade, que podem melhorar ainda mais a sua experiência com Death Stranding 2: On the Beach. O público pode reduzir, deste modo, diversas dificuldades que pode sentir ou até atribuir facilidades — seja para ler legendas, alterar comandos do controle e até mesmo para definir funções que podem facilitar toda a aventura.
Como um novo jogador, minha maior dificuldade foi em relação ao ritmo de Hideo Kojima no início da história. Os primeiros capítulos são longuíssimos, há explicações de menos e coisas que você sente serem importantes — mas não está tão envolto neste universo para compreender com exatidão. Mesmo que seja possível jogar o 2º isoladamente, recomenda-se antes aproveitar o 1º (não apenas ver as recapitulações presentes no jogo ou no YouTube).
Acredito que muita gente que é curiosa neste universo e que deseja iniciar seus passos através de Death Stranding 2: On the Beach não se sentirá tão compelido a dar sequência à aventura. Até ele “clicar” leva um tempo, algo que nem sempre temos e que muitos gamers (principalmente da nova geração) se cansam antes que essa oportunidade apareça — o que é compreensível, apesar de saber o quanto melhora conforme avança.
Death Stranding 2 vale a pena?
De forma direta e reta, Death Stranding 2: On the Beach vale a pena e é um dos melhores jogos lançados em 2025 para o PS5. Hideo Kojima deu vida à uma aventura e história e tanto, trazendo o melhor de seus projetos com maestria e maturidade.
É muito difícil ver jogos desta magnitude atingirem um equilíbrio tão bom, com um grande peso para seus gráficos, narrativa e com tantos elementos rodando de forma simultânea (personagens, NPCs, desastres naturais, os inimigos, veículos etc.).
Você pode sair pilotando pelo mapa, criando estradas e realizando todas as side-quests na maior paz do universo que vai se divertir. Também dá para prosseguir com a história e enfrentando as ameaças a seu próprio ritmo.
Conteúdo é o que não falta e o importante é que eles preencham as expectativas do jogador de algum modo. No caso de Death Stranding 2: On the Beach, por tudo que vi creio que vários serão preenchidos.
"Até a interação entre os jogadores continua divertida, o que ajuda bastante e traz mais alívio ao gameplay"
Em termos mais específicos, ele está para essa geração de videogames do mesmo modo que Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty estava para o PS2. É uma experiência essencial e que todos deveriam dar uma chance, nem que fosse uma vez só.
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