Activision Blizzard tentou esconder demissões por assédio, diz jornal
Por Felipe Goldenboy • Editado por Bruna Penilhas |

O CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, ainda tenta esconder informações sobre os casos de assédio moral e sexual relacionados à companhia, segundo o jornal The Wall Street Journal. Uma reportagem revelou que o executivo omite números e medidas disciplinares para não “fazer com que os problemas do ambiente de trabalho da empresa pareçam maiores do que já se sabe”.
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Documentos obtidos pelo jornal afirmam que 37 funcionários foram demitidos ou pediram demissão desde julho de 2021, quando a empresa foi processada pelo DFEH (Departamento de Emprego e Habitação Justos da Califórnia, em tradução livre), nos Estados Unidos, com base em uma investigação em andamento desde 2018. Esse foi o estopim para inúmeros depoimentos, protestos e processos judiciais surgirem.
Após ser questionada, a empresa confirmou ao jornal que, além dos 37 funcionários desligados, outros 44 receberam “punições”. O WSJ afirmou ainda que a Activision Blizzard recebeu 700 relatos internos de má conduta no total; a empresa nega.
A empresa deveria divulgar um relatório com os resultados de sua investigação interna, em andamento desde o final do ano passado. Kotick teria se recusado a publicar o documento, dizendo que amplificaria os problemas e os faria parecer piores do que são.
Em novembro de 2021, o WSJ também revelou que o CEO estava ciente dos escândalos de assédio da companhia há anos, e interviu para não demitir um homem acusado de estupro. Kotick também teria ameaçado mulheres, inclusive de morte; a empresa nega.
Quase 1,9 mil funcionários já assinaram uma petição pedindo a renúncia de Kotick do cargo de CEO. Um grupo de funcionários, autointitulado ABetterABK (Uma melhor Activision Blizzard King, em tradução livre), organizou duas greves desde então. No entanto, a diretoria ainda apoia Kotick, e o executivo afirmou que vai considerar sair apenas se não conseguir resolver os problemas da empresa “rapidamente”.
Fonte: Dot Esports, Google Docs, The Verge, The Wall Street Journal