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Zhurong é o nome do rover chinês que tentará pousar em Marte em maio

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Reprodução/CNSA/CLEP
Reprodução/CNSA/CLEP

No ano passado, a China lançou a missão Tianwen-1 com destino a Marte. A espaçonave, que é uma sonda orbital abrigando um módulo de pouso com um rover em seu interior, chegou ao Planeta Vermelho em fevereiro deste ano. Agora, a agência espacial chinesa China National Space Administration (CNSA) revelou o nome escolhido para o veículo: o rover irá se chamar Zhurong.

O nome se refere ao deus do fogo, parte da antiga mitologia chinesa, e foi o primeiro colocado em uma lista que apresentava os possíveis nomes para o veículo. Além disso, se considerarmos que a palavra em chinês para se referir a Marte é “Huoxing” — que significa “planeta de fogo” —, a escolha foi bastante adequada. Durante a apresentação do nome, Yu Yanhua, vice-diretor da CNSA, comentou a importância do fogo, que trouxe calor e luz para os nossos ancestrais: “dar o nome do deus do fogo para o primeiro rover da China para Marte significa acender a chama da exploração planetária chinesa”, disse.

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Wu também deu detalhes sobre a composição do nome: segundo ele, “Zhu” significa “desejo”, e expressa os bons pedidos para a exploração humana do universo. Já a parte “Rong”, que significa “integração e cooperação”, representa a visão que o país possui sobre o uso pacífico do espaço, além da construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. O nome também reflete o toque de “romance científico” das equipes aeroespaciais chinesas, que já deram nomes para as espaçonaves sempre com referências à cultura tradicional chinesa — o nome da própria missão Tianwen-1, por exemplo, significa “busca pela verdade celestial”.

O rover Zhurong tem o tamanho de um carrinho de golf e pesa cerca de 240 kg, e a tentativa de pouso deverá acontecer em maio. Desde que entrou na órbita do planeta, o orbitador segue registrando imagens de alta resolução do futuro local de pouso, e tudo indica que o rover irá descer em Utopia Planitia. Trata-se de uma região formada por uma grande bacia, que foi causada por um forte impacto ocorrido no passado de Marte.

Foi nessa mesma região que a NASA pousou seu lander Viking 2, em 1976. A maior parte da região é plana e suave, o que a torna uma opção relativamente segura para o pouso, mas existem algumas crateras e fendas. Além disso, alguns cientistas consideram que pode ter existido água nas profundezas de lá, o que torna o local um alvo interessante para estudos com um rover.

De qualquer forma, é certo que essa será uma etapa bastante desafiadora da missão, até porque a taxa histórica das tentativas de pouso em Marte aponta para apenas sucesso de apenas 50% delas. Além disso, embora a China tenha experiência com missões lunares, a Tianwen-1 é a primeira missão interplanetária do país. Por outro lado, se tudo correr bem, a China irá entrar para o pequeno grupo de países que já conseguiu pousar com sucesso um rover em Marte — que, por enquanto, conta somente com os Estados Unidos.

O veículo está preparado com instrumentos científicos, além de uma câmera panorâmica e outra multiespectral. Entre alguns objetivos já divulgados, é esperado que o Zhurong fique ativo durante 90 dias e investigue a possível distribuição de água ou gelo, além de estudar a composição de rochas da região. Além da Tianwen-1, outras duas missões chegaram a Marte neste ano: a primeira foi a Hope Mars, dos Emirados Árabes Unidos, e a última foi a Mars 2020, dos Estados Unidos, levando o rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity.

Fonte: Space.com, Xinhua