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Vulcão em Vênus pode ter ficado ativo há pouco tempo — nos padrões cósmicos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 09 de Dezembro de 2021 às 18h50

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NASA/JPL
NASA/JPL

É possível que Idunn Mons, um pico vulcânico em Vênus, esteja ativo. Estas descobertas são o resultado de um estudo recente, no qual pesquisadores analisaram observações conduzidas por naves lançadas ao planeta para, assim, investigar a evolução da região. Eles identificaram o que talvez seja atividade vulcânica recente por lá, que pode ter ocorrido nos últimos anos ou até há 10 mil anos.

Vênus tem milhares de vulcões de diferentes tamanhos, mas não se sabe ao certo se algum deles continua ativo atualmente. Desta vez, os autores investigaram Idunn Mons, um vulcão com aproximadamente 2,5 km de altitude e 200 km de largura em Imdr Regio, uma área rica em vulcões no hemisfério sul do “planeta infernal”.

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Para isso, eles trabalharam com observações da sonda Venus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA). Os dados da sonda mostraram algumas anomalias em Idunn Mons que, talvez, indicassem que houvesse depósitos vulcânicos frescos por lá — o que também sugeriu a possibilidade de vulcanismo ativo na região, ocorrido nos últimos milhões de anos.

Assim, os autores analisaram observações do pico conduzidas pela Venus Express em busca de alguma atividade recente. Depois, combinaram os dados com estudos laboratoriais das alterações que as rochas vulcânicas sofrem quando são expostas a altas temperaturas e uma atmosfera rica em enxofre e dióxido de carbono, como é o caso em Vênus.

As imagens da sonda europeia, somadas às da nave Megallan, da NASA, revelaram que, de fato, havia fluxos de lava frescos em Idunns Mons. Junto disso, havia ainda dados da velocidade dos ventos somados aos resultados dos experimentos, que levaram os autores a concluir que Idunn Mons estava ativo recentemente.

A importância dos vulcões em Vênus

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Estudos anteriores mostraram que Vênus tem menos crateras causadas por impactos de objetos cósmicos do que se esperava em relação aos demais planetas rochosos do Sistema Solar. Isso sugere que a lava expelida por vulcões ativos pode “limpar” a superfície do planeta.

Além disso, a compreensão da atividade vulcânica pode ajudar também a esclarecer a presença de fosfina por lá, que rendeu discussões sobre a possibilidade de o composto talvez ter sido produzido por alguma forma de vida.

Piero D'Incecco, cientista planetário e autor principal do estudo, explica que a possível presença de fosfina na atmosfera do planeta pode ter relação com atividade vulcânica recente ou em andamento. “Portanto, procurar lugares de vulcanismo potencialmente ativo em Vênus é crucial”, disse.

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Neste estudo, eles concluíram que a atividade em Idunn Mons pode ter ocorrido em algum momento entre 10 mil anos atrás ou há apenas alguns anos. “Esta é a primeira vez que combinamos tantos conjuntos de dados diferentes para sugerir uma combinação de erupções recentes e, potencialmente, em andamento, além de atividade tectônica em outro planeta rochoso que não é a Terra”, explicou ele.

Se nosso vizinho realmente estiver vulcanicamente ativo, missões futuras como a VERITAS, da NASA, e EnVision, da ESA, podem analisar regiões geologicamente ativas do planeta para coletar medidas de alta resolução, descobrindo quais podem ter atividade. Assim, estas missões podem ajudar a “investigar quais vulcões mudaram, como mudaram e qual é a taxa destas mudanças”, disse Justin Filiberto, cientista planetário do Johnson Space Center.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Planetary Science Journal.

Fonte: The Planetary Science Journal; Via: Space.com