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NASA seleciona duas novas missões para estudar Vênus entre 2028 e 2030

Por| Editado por Patricia Gnipper | 03 de Junho de 2021 às 11h17

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Na quarta-feira (3), a NASA anunciou a seleção de duas novas missões para investigar Vênus, nosso vizinho planetário mais próximo. Com lançamento estimado para ocorrer entre 2028 e 2030, as missões escolhidas terão o objetivo de entender os processos que aconteceram para tornar Vênus o planeta “infernal” que é hoje, com pressão atmosférica e temperaturas altíssimas, mesmo compartilhando tantas características parecidas com as da Terra.

As investigações escolhidas fazem parte de uma seleção final de quatro projetos escolhidos no ano passado através do programa Discovery, uma iniciativa que, desde 1992, dá apoio a programas de baixo custo para a exploração do Sistema Solar. Assim, as propostas foram selecionadas por meio de um processo competitivo e com revisão de pares, que considerou também a viabilidade de realização e o potencial científico que possuem.

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Thomas Zurbuchen, administrador associado de ciência na NASA, comentou que estas iniciativas "estão revivendo o programa de ciência planetária com a intensa exploração de um planeta que a NASA não visita há mais de 30 anos". Segundo ele, estas missões vão inaugurar uma nova década para ajudar no entendimento de como um planeta semelhante à Terra pode se tornar uma estufa. "Não é apenas entender a habitabilidade no sistema Solar, mas se estender para além destas fronteiras e levar em conta os exoplanetas, uma área emergente de pesquisa na NASA", disse.

Os projetos selecionados serão gerenciados pelo Planetary Missions Program Office, da agência espacial norte-americana. Agora, as equipes responsáveis pelos projetos irão finalizar os requisitos exigidos, design e planos de desenvolvimento, e cada missão receberá aproximadamente US$ 500 milhões para seu desenvolvimento. "É assustador como sabemos pouco sobre Vênus, mas os resultados combinados das missões vão nos revelar sobre o planeta desde as nuvens no céu até os vulcões na superfície e o núcleo", disse Tom Wagner, cientista do programa Discovery. "Será como se estivéssemos redescobrindo o planeta".

Conheça as missões escolhidas:

DAVINCI+ (Deep Atmosphere Venus Investigation of Noble gases, Chemistry, and Imaging)

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A missão DAVINCI+ terá o objetivo de coletar medidas da composição atmosférica de Vênus, para entender seus processos de formação e evolução, e deverá determinar também se o planeta já teve um oceano em sua superfície. Esta missão também deverá produzir as primeiras imagens de alta resolução das formações geológicas do planeta, que talvez sejam comparáveis aos continentes da Terra.

Para isso, será usada uma esfera descendente, que irá atravessar a atmosfera venusiana para coletar dados de gases nobres e outros elementos que podem revelar o porquê de a atmosfera venusiana se parecer com uma grande estufa quando comparada com a da Terra. Se tudo correr bem, esta será a primeira missão que os Estados Unidos lançam desde 1978 para estudar a atmosfera venusiana, e os resultados poderão mudar a forma como entendemos a formação dos planetas rochosos no Sistema Solar e além.

A NASA também selecionou algumas demonstrações de tecnologia para acompanhar as missões: a DAVINCI+ terá o instrumento Compact Ultraviolet to Visible Imaging Spectrometer (CUVIS), que irá coletar medidas da luz ultravioleta em alta resolução com um novo instrumento. Depois, as observações serão usadas para determinar o que há na atmosfera de Vênus que a torna capaz de absorver luz ultravioleta.

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James Gavin, do Goddard Space Flight Center, é o principal investigador da missão.

VERITAS (Venus Emissivity, Radio Science, InSAR, Topography, and Spectroscopy)

Já a missão VERITAS irá utilizar um radar de abertura sintética na órbita de Vênus, que realizará um mapeamento da superfície do planeta para descobrir mais sobre o histórico geológico e entender por quê houve um processo de desenvolvimento tão diferente daquele que ocorreu na Terra. A missão analisará os relevos na superfície em quase todo o planeta, e os dados serão usados para criar representações tridimensionais da topografia.

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Ainda, a missão irá mapear as emissões infravermelhas da superfície venusiana para produzir mapas dos tipos de rochas, que são bastante desconhecidas. Por fim, a VERITAS deverá verificar se os processos das placas tectônicas e vulcanismo ainda estão ativos por lá — e, no caso de vulcões ativos, deverá verificar também se eles estão liberando vapor para a atmosfera venusiana.

A demonstração de tecnologia acompanhando a missão VERITAS será o Deep Space Atomic Clock-2 ("Relógio Atômico-2 do Espaço Profundo", em tradução literal). Os sinais de ultra-precisão gerados por essa tecnologia vão ajudar na realização de manobras autônomas, além de aprimorar observações científicas por meio dos sinais de rádio. Suzanne Smrekar, do Jet Propulsion Laboratory, da NASA, será a principal investigadora.

Fonte: NASA (1, 2), JPL