Virgin Orbit envia dez satélites à órbita com foguete lançado por avião
Por Danielle Cassita |
A Virgin Orbit, empresa fundada por Richard Branson, iniciou o ano com ótimas perspectivas para seu sistema de lançamentos: a empresa lançou, com sucesso, a missão Demo 2, onde o foguete Launcher One levou dez CubeSats para a órbita sob a asa de um Boeing 747 modificado, que é conhecido como “Cosmic Girl”. Os excelentes resultados da missão validaram o sistema de lançamentos, que será usado para levar cada vez mais pequenos satélites à órbita.
- Virgin Orbit planeja enviar pequenas naves para Marte em 2022
- O campo magnético da Terra pode ajudar a manter pequenos satélites em órbita?
- Essas são as principais missões espaciais que acontecerão em 2021
O avião decolou do espaçoporto de Mojave, na Califórnia, e voou em direção ao sul das Ilhas do Canal, no Oceano Pacífico. Depois, quando o avião alcançou a altitude de 10.700 m, o estágio superior do foguete se separou e ativou o motor NewtonFour para seguir com destino à órbita, onde os satélites seriam posicionados. Em sua conta do Twitter, a empresa confirmou o sucesso da missão: “cargas úteis lançadas com sucesso na nossa órbita-alvo! Estamos muito, muito orgulhosos em dizer que o LauncherOne completou sua primeira missão para o espaço, levando 9 CubeSats para a órbita baixa da Terra para nossos amigos da NASA”.
Os dez CubeSats foram selecionados pelo programa Launch Services Program (LSP), uma iniciativa da NASA destinada ao lançamento de foguetes sem tripulações para levar naves para observações da Terra, e também de outros planetas. O LSP é parte da iniciativa CubeSat Launch Initiative (CSLI), destinada à criação de oportunidades para pequenas cargas úteis de satélites construídos por universidades, escolas e organizações sem fins lucrativos — quase todos aqueles lançados na missão foram criados e testados por universidades norte-americanas.
O novo sistema utilizado pela Virgin Orbit utiliza uma técnica em que, ao invés de fazer um lançamento tradicional com uma base em solo, o foguete é lançado sob a asa do Boeing 747 modificado, tanto que não há assentos no interior do avião. Assim, além de aumentar a capacidade de cargas úteis do foguete, a técnica permite que o lançamento seja mais flexível e mais responsivo.
Dan Hart, CEO da empresa, comemorou o lançamento em uma publicação: “o sucesso do LauncherOne ao alcançar a órbita hoje é uma prova do talento, precisão e dedicação da equipe”, disse, reforçando que, embora existam os desafios causados pela pandemia, a empresa conseguiu demonstrar todos os elementos do sistema de lançamento. Já Branson citou a publicação e comentou que “a Virgin Orbit alcançou algo que muitos pensavam que seria impossível”. De fato: nenhum outro foguete lançado no ar e de classe orbital alcançou o espaço alimentado por propelente líquido até hoje.
Além disso, a missão proporcionou resultados melhores do que aqueles da missão antecessora realizada em maio de 2020, na qual o motor do primeiro estágio do foguete se desligou prematuramente. Agora, com o sucesso da demonstração, a Virgin Orbit inicia, enfim, sua transição oficial para o fornecimento de serviços comerciais de lançamentos, e já tem voos na agenda para clientes da Força Espacial dos Estados Unidos e da Força Aérea Real do Reino Unido.
Fonte: Universe Today, Virgin Orbit