Virgin Orbit planeja enviar pequenas naves para Marte em 2022
Por Daniele Cavalcante |
A Virgin Orbit, criada para oferecer serviço de lançamento de satélites comerciais, anunciou que tem planos de enviar pequenas naves para Marte, a partir de 2022. A empresa, parte do Virgin Group - no qual também está a empresa de turismo espacial Virgin Galactic - foi criada em 2007 para desenvolver o foguete LauncherOne, mas agora tem ambições maiores.
Na última semana, a empresa anunciou uma parceria com quase uma dúzia de universidades polonesas e uma fabricante de satélites, também da Polônia, chamada SatRevolution. O objetivo da colaboração é projetar até três missões robóticas para o Planeta Vermelho na próxima década.
Essas missões podem ser as primeiras viagens exclusivamente comerciais a Marte. Até agora, apenas quatro organizações, todas governamentais, chegaram ao solo marciano com sucesso. Em breve, isso deve mudar, se as empresas comerciais como a SpaceX e, agora, a Virgin Orbit, obtiverem sucesso em seus planos que miram o Planeta Vermelho.
Para se inspirar, a equipe da Virgin Orbit usou como exemplo a missão InSight da NASA, que enviou uma sonda para Marte em novembro de 2018. Quando a sonda foi lançada, dois pequenos CubeSats - pequenas naves em formato cúbico - foram lançados juntos com ela, e viajaram por todo o caminho rumo a Marte, atrás do veículo. A função deles era retransmitir sinais da InSight de volta para a Terra, o que foi realizado com sucesso, provando que pequenos satélites podem fazer muito no espaço profundo, custando relativamente pouco.
Essa foi a primeira vez que CubeSats, ou qualquer pequena nave desse tamanho, viajaram para além da órbita terrestre. Agora, a Virgin Orbit diz que descobriu uma maneira de enviar veículos de até 50 kg para o espaço profundo, com o futuro foguete da empresa, o LauncherOne. “Descobrimos que realmente podemos fazer algumas coisas que são bastante interessantes em lugares como a Lua e Marte, e as luas de Marte e Vênus, e talvez um alguns dos asteroides no cinturão de asteroides”, disse Will Pomerantz, vice-presidente de projetos especiais da Virgin Orbit.
O papel da SatRevolution nesse acordo será construir esses futuros satélites, enquanto as universidades polonesas apresentarão os conceitos da missão. O grupo já propôs possíveis missões para capturar imagens de Marte e suas luas, estudar a atmosfera do Planeta Vermelho e até procurar água por lá.
Mas, até lá, a Virgin Orbit tem um longo caminho pela frente. O LauncherOne ainda não fez seu primeiro voo, o que deve acontecer no final deste ano. O sucesso do foguete é fundamental para a empresa, pois finalmente iniciará as operações comerciais regulares e essas possíveis missões no espaço profundo.
Fonte: The Verge