Publicidade

Vento solar parece nascer de explosões minúsculas e espalhadas

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

Compartilhe:
ESA & NASA/Solar Orbiter/EUI
ESA & NASA/Solar Orbiter/EUI

A origem do vento solar pode ter sido decifrada por uma equipe de pesquisadores, que usaram os dados da Solar Orbiter. Segundo imagens do polo sul da estrela tiradas em março de 2022, o fenômeno se deve à ocorrência de minúsculas explosões solares, chamadas pelos cientistas de “picoflares”.

Diferente do vento que existe em nosso planeta, os ventos solares não são o deslocamento de ar, mas sim um fluxo contínuo de plasma (partículas carregadas) conduzido por linhas de campo magnético.

Nossa estrela tem inúmeros campos magnéticos, mas alguns deles surgem junto de estruturas conhecidas como buracos coronais. Os buracos aparecem quando um campo magnético está desconectado do Sol, como se estivesse solto, e estende-se para além da coroa solar.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

O alcance desses fluxos de plasma e campos magnéticos é muito amplo, interagindo com planetas como a Terra e além. Os cientistas já conhecem bem o fenômeno e, embora estudos já tenham encontrado pistas sobre como ventos solares se formam, o assunto ainda não está encerrado.

Para desvendar o mistério, os autores do novo estudo observaram as imagens solares do dia 30 de março de 2022 e descobriram formações curiosas provenientes de pequenos jatos de plasma. Elas são tênues, duram por pouco tempo e surgem quando os jatos são ejetados da atmosfera do Sol.

Especificamente, a equipe analisou um buraco coronal que estava no polo sul do astro, onde os jatos minúsculos puderam ser melhor observados por estarem na borda do disco solar. Os picoflares são mil vezes menos energéticos que as erupções chamadas nanoflares — que, por sua vez, são um bilhão de vezes mais fracas que as erupções de classe maior.

Apesar de muito pouco energéticas e tênues, as picoflares podem ser numerosas, ou até mesmo presentes por toda a superfície da estrela, canalizando energia para a expulsão do plasma para viajar pelos campos magnéticos desconectados do Sol.

O artigo foi publicado na Science.

Fonte: ESAScience