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Três das estrelas mais velhas do cosmos estão em nossa galáxia

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Maio de 2024 às 12h00

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NASA
NASA

Pesquisadores do MIT, incluindo a brasileira Ananda Santos Figueiredo, descobriram três das estrelas mais antigas do universo — e elas estão em nossa própria galáxia. Elas se formaram aproximadamente há 13 bilhões de anos, quando as primeiras galáxias estavam se formando, e chegaram por aqui quando a Via Láctea devorou suas “casas”.

As estrelas recém-descobertas estão localizadas no halo da Via Láctea e orbitam o centro galáctico na direção oposta ao restante das estrelas. Em outras palavras, elas estão em movimento retrógrado, sugerindo que pertenciam a outra galáxia.

O halo galáctico é uma espécie de “nuvem” formada por estrelas relativamente afastadas entre si e com pouca densidade de gás e poeira. As três estrelas antigas estão nessa região, mas há outros exemplares que também parecem ter vindo de outras galáxias.

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Anna Frebel, professora de física do MIT e uma das autoras do estudo, disse que “essas estrelas mais antigas deveriam definitivamente estar lá, dado o que sabemos sobre a formação de galáxias. Elas fazem parte da nossa árvore genealógica cósmica. E agora temos uma nova maneira de encontrá-los”.

Batizadas de "SASS" (Small Accreted Stellar System, ou Sistema Estelar Pequeno Agregado, em tradução livre), cada uma dessas três estrelas pertencia às suas próprias galáxias pequena e primitivas, muito semelhantes às chamadas anãs ultra fracas (UFDs).

Hoje, muitos bilhões de anos após a fusão com nossa galáxia, essas estrelas são tudo o que restou de suas respectivas anãs ultra fracas. Todas as outras estrelas que tiveram as mesmas origens foram incorporadas de modo que não é mais possível distingui-las das demais estrelas da Via Láctea.

Além disso, ao encontrar este trio, a equipe procurou em estudos anteriores outros objetos com as mesmas características e encontraram 61 delas circundando os arredores da galáxia. Todas são pobres em metais (elementos mais pesados que hidrogênio e hélio), um forte indicativo de que são realmente muito antigas.

Especificamente, os autores apontam a falta de elementos como estrôncio e bário, chegando à conclusão de que são estrelas “dos primeiros pequenos sistemas galácticos que foram agregados pela proto-Via Láctea”. A equipe se refere à época em que a Via Láctea ainda era uma proto-galáxia, ou seja, uma galáxia em seus estágios iniciais de formação.

Uma das grandes vantagens das SASS é que são muito mais brilhantes do que as estrelas típicas de galáxias ultra fracas, permitindo uma observação mais detalhada. Assim, a equipe descobriu que essas primeiras UFDs absorvidas pela Via Láctea provavelmente foram enriquecidas com alguns elementos mais pesados por explosões de supernovas.

A descoberta, feita com a ajuda do satélite Gaia, pode ser valiosa não apenas para uma compreensão mais ampla da história da nossa galáxia e sua evolução química, mas também para estudos de galáxias UFDs em geral.

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O artigo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: MITMonthly Notices of the Royal Astronomical Society