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Texto chinês pode ser o registro mais antigo de uma aurora boreal

Por| Editado por Rafael Rigues | 11 de Abril de 2022 às 17h42

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Matt Houghton/Unsplash
Matt Houghton/Unsplash

Antigos textos chineses trazem o que pode ser o registro de uma aurora boreal mais antigo de que temos notícia, que parece ter ocorrido cerca de três séculos antes do atual recordista, descoberto há quase dois anos. A descoberta veio de um estudo recente realizado por Marinus Anthony van der Sluijs, pesquisador independente, e Hisashi Hayakawa, da Nagoya University.

O fenômeno foi registrado nos Anais do Bambu, crônicas da China Antiga que reúnem a história do país desde tempos remotos. Além dos eventos históricos, há também registros de eventos incomuns no céu — para o estudo, os autores examinaram a menção de “uma luz de cinco cores” observada na direção nordeste, ao fim do reinado do rei Zhao, da dinastia Zhou.

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O ano exato em que as cores foram observadas é incerto, mas através de reconstruções da cronologia chinesa, eles acreditam que o fenômeno tenha ocorrido em 977 ou 957 a.C. (a variação depende de quando o reinado foi datado). Além disso, eles descobriram que a “luz de cinco cores” é consistente com a ocorrência de grandes tempestades geomagnéticas, e citam também exemplos de registros históricos muito mais próximos à nossa época.

Se confirmado, este é o registro mais antigo de uma aurora no mundo. Os cientistas demoraram para encontrá-lo por diferentes motivos: o manuscrito original dos Anais do Bambu foi perdido, encontrado e perdido novamente na dinastia Song. Já no século XVI, outra versão do texto impressa descrevia um cometa, não uma aurora — mas o estudo mostra que esta não pode ter sido a leitura original do documento.

Descrições populares das auroras boreais como esta representam informações históricas valiosas, que podem ajudar os cientistas a modelar padrões do clima espacial e atividade solar a longo prazo, indo de décadas a milênios. A compreensão destas flutuações permite que sociedades se preparem para grandes erupções solares e, ainda, para possíveis efeitos causados nas redes elétricas e outros equipamentos que utilizamos hoje.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Advances in Space Research.

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Fonte: Advances in Space Research; Via: Nagoya University