Telescópio James Webb encontraria bioassinaturas em exoplanetas próximos
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |

Que tal começar a procurar vida no planeta onde já sabemos que ela existe? Em um novo estudo, pesquisadores propõem que, se a Terra fosse um exoplaneta, seres alienígenas com um telescópio semelhante ao James Webb poderiam identificar sinais de vida por aqui a partir de moléculas na atmosfera.
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Eles trabalharam com observações da atmosfera terrestre realizadas pelo satélite SCISAT, que criou um espectro de alta resolução da luz solar atravessando os gases atmosféricos. Ali, os autores identificaram moléculas naturais e sintéticas.
Outro estudo, feito a partir dos dados obtidos em diferentes profundidades atmosféricas, simulou como seria o espectro da Terra observado no Sistema Solar. A equipe usou estes dados, adicionou ruídos simulados e depois diminuiu a resolução, imitando os resultados que seriam obtidos após o Webb observar algum exoplaneta distante.
Estes passos foram necessários para os autores determinarem se seria possível capturar dados suficientes para identificar modelos atmosféricos, mesmo se as observações tivessem ruídos e fossem fracas. Eles descobriram que a proporção entre os sinais e o ruído era forte o suficiente para permitir a identificação de várias das moléculas de um exoplaneta semelhante à Terra a até 50 anos-luz de nós.
Depois, a equipe foi além e usou as descobertas para analisar o sistema TRAPPIST-1, com sete exoplanetas a 40 anos-luz de nós. Ao inserir o espectro molecular no espectro simulado dos mundos de Trappist-1, os autores mostraram que o Webb poderia identificar tanto as assinaturas biológicas quanto as tecnológicas, caso existissem por lá.
Vale lembrar que este resultado não significa que foram encontrados sinais de vida alienígena em algum destes mundos, mas sim que o Webb e algum observatório semelhante seriam capazes de detectar moléculas orgânicas e sintéticas nas atmosferas de exoplanetas próximos. Desta forma, seria possível saber se houve alguma civilização inteligente por lá.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório arXiv, sem revisão de pares.
Fonte: arXiv; Via: Universe Today