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Supernova de 1987 era uma supergigante azul formada pela fusão de duas estrelas

Por| 23 de Março de 2020 às 21h40

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ESO/L. Calçada
ESO/L. Calçada

Pesquisadores sugerem que uma supernova observada no ano de 1987, batizada de SN 1987A e localizada perto da galáxia conhecida como Grande Nuvem de Magalhães, foi formada a partir de uma supergigante azul que, por sua vez, teria sido formada pela fusão de duas estrelas.

Atualmente, as supergigantes azuis - uma categoria de estrelas cuja temperatura pode variar entre 20.000 e 50.000 K e massa entre 10 e 50 vezes a massa solar - são consideradas um dos tipos de estrelas mais brilhantes e quentes que existem no universo. Elas ficam atrás apenas das supergigantes vermelhas, mas estas têm uma superfície mais fria que as azuis devido à grande massa e extensão.

As supernovas criadas a partir de estrelas supergigantes azuis são chamadas de supernovas assimétricas de colapso do núcleo. No processo, o núcleo sofre deformações devido ao peso gravitacional, e entra em colapso. O que ocorre depois é uma série de reações que desencadeiam uma grandiosa explosão, arrebentando as camadas exteriores da estrela. No caso da supergigante da qual estamos falando, ela teria se formado a partir da fusão de uma estrela supergigante vermelha com uma de sequência principal.

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Pesquisadores têm estudado as consequências dessa explosão desde a descoberta da SN 1987A, na tentativa de descobrir o que deu início a todo esse processo. Já se suspeitava que tudo começou com uma supergigante azul, mas Masaomi Ono, cientista do Laboratório Astrofísico Big Bang de RIKEN, um instituto de pesquisa japonês, afirmou que até então o motivo para isso era um grande mistério.

Experimentos anteriores com raios-x e raios gama conseguiram determinar que a velocidade de emissão de níquel do núcleo da estrela durante o colapso teria sido de 4.000 k/m, mas não foram capazes de deduzir o motivo de uma velocidade tão alta.

Para este novo estudo, a equipe de Ono fez uma simulação da formação de quatro diferentes supernovas assimétricas de colapso de núcleo, cada uma usando um tipo diferente de estrela como origem da explosão, e os resultados foram comparados com a SN 1987A. O que mais se aproximou da supernova real foi a simulação que usou uma supergigante azul como precursora - nessa simulação, a azul foi formada através da fusão de uma supergigante vermelha e uma estrela de sequência principal, categoria em que o nosso Sol se encaixa, por sinal.

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Ono afirmou que foi possível replicar com precisão a velocidade de expulsão do níquel calculada nos estudos anteriores. Ou seja, os 4.000 k/m foram confirmados. Outra descoberta da nova pesquisa foi a possível localização da estrela de nêutrons resultante da explosão da supernova, que parece estar a noroeste da região em que materiais foram ejetados durante o evento cósmico de 1987.

Fonte: Space.com