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Startup suíça quer lançar missão para capturar e remover lixo espacial da órbita

Por| 26 de Novembro de 2020 às 16h40

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DOTTEDHIPPO/GETTY IMAGES
DOTTEDHIPPO/GETTY IMAGES

Nesta quinta-feira (26), a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou a assinatura de um contrato de U$ 102 milhões com a ClearSpace SA, startup suíça originada da universidade École Polytechnique Fédérale de Lausanne. O acordo foi fechado para realizar a primeira remoção de um detrito orbital e, para isso, a empresa vai lançar a missão ClearSpace-1, que irá reunir, capturar e trazer um adaptador de carga útil Vespa para a reentrada na atmosfera terrestre, onde irá se queimar por completo. A ClearSpace pretende lançar a missão no final de 2024 ou início de 2025.

A missão será lançada com o sistema Vega-C, na Guiana Francesa. Na verdade, o nome Vespa é a abreviação de Vega Secondary Payload Adapter, e este objeto foi deixado em uma órbita de eliminação gradual após o segundo voo do foguete Vega, da Arianespace, realizado em 2013 para lançar o satélite Prova-V. O Vespa pesa 112 quilos e tem tamanho semelhante ao de um pequeno satélite.

Assim, além de capturar e tirá-lo de órbita, a missão também tem o objetivo de estabelecer um novo mercado de serviços de remoção de detritos orbitais. "Imagine como seria perigoso navegar em alto mar se todos os navios perdidos da história continuassem flutuando na superfície", diz Jan Woerner, diretor geral da ESA. "Essa é a situação atual em órbita, que não pode continuar".

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Para isso, essa missão “de perseguição” deverá ser lançada a uma órbita baixa de 500 quilômetros, para a realização de alguns testes antes da capturar propriamente dita. Se tudo correr bem, quando a órbita da ClearSpace-1 estiver combinada com a do detrito e se mover para perto dele, um conjunto de quatro braços robóticos vai agarrá-lo e prendê-lo. Depois, a nave receberá comandos para conduzir uma reentrada segura e controlada, para que seja destruída junto do alvo pela queima de reentrada na atmosfera. Futuramente, a empresa planeja realizar missões que possam tirar de órbita objetos múltiplos sem se destruir suas naves.

Assim, a ideia é que a ClearSpace-1 demonstre habilidades técnicas e comerciais que podem aprimorar a sustentabilidade no espaço futuramente. Nos últimos quase 60 anos de atividades espaciais, os lançamentos resultaram em mais de 42 mil objetos em órbita, sendo que cerca de 23 mil deles continuam no espaço e seguem rastreados. Entretanto, as elevadas taxas de lançamento anuais contribuem para aumentar o número de detritos que orbita nosso planeta.

Estimativas anteriores feitas pela ESA apontam que já existem cerca 34 mil detritos com mais de 10 cm orbitando nosso planeta. Então, conforme a órbita da Terra vai ficando cheia de detritos de satélites, foguetes e outros objetos, as atividades de satélites e até da Estação Espacial Internacional, que precisou se desviar do lixo espacial, correm riscos.

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Fonte: ESA, SpaceNews