Starlink? Brilho visto no céu do Brasil pode ser queda de satélite de Elon Musk
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 31 de Janeiro de 2022 às 14h30
Um objeto brilhou nos céus de cidades do Maranhão, Minas Gerais e Tocantins na noite da última sexta-feira (28), por volta das 23h,sendo registrado por moradores das regiões. É possível que o evento tenha sido causado pela reentrada de um lixo espacial — que, no caso, pode ser um satélite Starlink, da SpaceX, já que havia previsões apontando que um deles faria uma reentrada na atmosfera terrestre.
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A passagem do objeto foi flagrada em vídeos de moradores, que capturaram um brilho colorido no céu. Jackeline Susani conseguiu observar o fenômeno em Carolina, cidade sul do Maranhão: "foi muito brilhante, tinha uma bola maior e várias pequenas juntas, e ele passou lentamente”, descreveu, em seu relato. “Do ângulo que vi, era como se ‘estivesse dando a volta na Terra’, foi incrível”, disse.
Confira o vídeo abaixo, que mostra o brilho do objeto no céu:
Perceba que, além do brilho, o objeto em questão está se deslocando lentamente, o que reforça a possibilidade de se tratar realmente de um pedaço de lixo espacial. Se fosse um fragmento de uma rocha espacial, por exemplo, ele provavelmente estaria se deslocando muito mais rápido, e poderia também explodir, acompanhado de um estrondo.
Além disso, rastreadores independentes já haviam sinalizado que uma reentrada parecia estar prestes a acontecer: segundo uma publicação de Joseph Ramis no Twitter, um satélite Starlink, parte da constelação criada pela SpaceX, faria uma reentrada no dia 29 de janeiro. O mapa disponibilizado por ele mostra uma trajetória que combina com aquela dos relatos dos moradores.
A empresa vem expandindo sua constelação de satélites para oferecer internet de baixa latência e alta velocidade a usuários em todo o mundo, mesmo em localidades remotas. Se o brilho no céu realmente tiver sido causado por um satélite Starlink, é possível que se trate do satélite 1840, conforme apontado na publicação de Ramis — mas também havia previsão de reentrada para o satélite 1988, também da constelação.
De acordo com Júlio Lobo, astrônomo do Observatório Municipal de Campinas (SP), é possível que, de fato, se trate de alguma unidade da constelação da SpaceX. “Tinha a previsão de reentrada de dois objetos, a gente não pode afirmar qual dos dois é”, explicou ele. “O que a gente sabe é que foi um do Starlink, agora qual dos dois, fica um pouco difícil”.
Durante a reentrada na atmosfera, os objetos são queimados e dificilmente conseguem chegar inteiros ao solo. Agora, especialistas estão analisando as imagens de quem presenciou o evento para esclarecer, afinal, a natureza do que fez a passagem pelo céu e fascinou moradores.