Sonda Voyager 1 volta a “conversar” com a NASA após falha
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |
A sonda Voyager 1 está finalmente voltando a se comunicar com sua equipe. No sábado (20), os cientistas da NASA publicaram novidades sobre a situação da sonda e explicaram que ela ainda não está enviando dados científicos válidos para a Terra. Por outro lado, a Voyager está transmitindo informações sobre o estado dos seus sistemas de engenharia.
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Isso significa que os membros podem finalmente verificar como está a "saúde" da sonda, o objeto artificial mais longe de nós em toda a história. Para os próximos passos, eles vão tentar fazer a Voyager 1 enviar dados científicos outra vez.
O desfecho é o resultado de um problema observado primeiro em novembro de 2023, quando a sonda parou de enviar dados científicos e de engenharia compreensíveis. Mesmo assim, os controladores da missão sabiam que ela estava recebendo os comandos, ou seja, seus sistemas estavam funcionando normalmente.
Foi somente em fevereiro que os engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da NASA, confirmaram que a falha estava relacionada ao subsistema de dados de voo (FDS, na sigla em inglês), um dos computadores de bordo da espaçonave. Antes de os dados de engenharia e ciência serem enviados à Terra, eles são agrupados pelo FDS.
A equipe concluiu que um chip responsável por armazenar parte da memória do FDS não está funcionando, e a falta do código tornou inúteis os dados de engenharia e ciência. Como não é possível consertar o chip, eles preferiram levar o código afetado para outra parte da memória do FDS.
Para isso, eles dividiram o código afetado em diferentes partes e fizeram ajustes para garantir que funcionem como um todo. A espaçonave se comunicou com a equipe outra vez no último sábado, mostrando que o procedimento deu certo. Agora, eles vão tentar reajustar outras partes afetadas do FDS.
Sondas Voyager
As sondas gêmeas Voyager 1 e 2 foram lançadas em 1977 e são as espaçonaves com o tempo de operação mais longo de todos, sendo também as mais distantes da Terra. Ambas sobrevoaram Saturno e Júpiter, e a Voyager 2 passou por Urano e Netuno.
Em 2012, a Voyager 1 fez história ao chegar ao espaço interestelar, nome dado à região repleta de material vindo de estrelas próximas que encerraram seus ciclos há bilhões de anos. Já a Voyager 2 chegou ao espaço interestelar em novembro de 2018.
Fonte: NASA