Publicidade

Sinais da maior tempestade solar de todas são encontrados em árvores

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

Compartilhe:
NASA/SDO
NASA/SDO

Uma tempestade solar extrema ocorrida há mais de 14 mil anos parece ter deixado vestígios. Uma equipe internacional de cientistas analisou árvores nos Alpes Franceses, e identificaram ali um pico de radiocarbono que, para os autores, foi causado pelo fenômeno, considerado o mais intenso já identificado.

Para o estudo, eles analisaram os níveis de radiocarbono em árvores antigas, preservadas no sul dos Alpes Franceses. Os troncos delas são subfósseis, ou seja, estruturas cujo processo de fossilização não está completo, e foram cortados em pequenos anéis individuais.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Os anéis mostraram um pico nos níveis de radiocarbono ocorridos há 14.300 anos. Ao comparar o aumento com medidas do berílio, um elemento encontrado nos núcleos de gelo da Groenlândia, os cientistas concluíram que a abundância do radiocarbono parece ter sido causada por uma tempestade solar intensa, que lançou várias partículas energéticas na atmosfera da Terra.

As tempestades solares extremas, mais fortes que o Evento de Carrington, são conhecidas como Eventos de Miyake, e somente nove delas foram identificadas nos últimos 15 mil anos. As mais recentes confirmadas aconteceram entre 9993 a.C. e 774 a.C, enquanto aquela descoberta pela equipe parece sido duas vezes mais intensa que estas tempestades.

O que é tempestade solar?

As tempestades solares acontecem quando eventos do Sol, como ejeções de massa coronal e erupções solares, causam perturbações temporárias na magnetosfera terrestre. A magnetosfera é uma espécie de bolha magnética, responsável por proteger nosso planeta destas emissões.

Tim Heaton, professor da Universidade de Leeds, explica que tempestades solares extremas podem causar grandes impactos na Terra. “Super tempestades do tipo podem danificar permanentemente os transformadores nas nossas redes elétricas, resultando em blecautes grandes e espalhados, que durariam meses”, observou ele.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Philosophical Transactions of the Royal Society A Mathematical Physical and Engineering Sciences.

Fonte: The Royal Society’s Philosophical Transactions A: Mathematical, Physical and Engineering Sciences; Via: University of Leeds