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Satélites europeus revelam ondas magnéticas "varrendo" núcleo da Terra

Por| Editado por Rafael Rigues | 26 de Maio de 2022 às 16h29

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Planetary Visions (credit: ESA/Planetary Visions)
Planetary Visions (credit: ESA/Planetary Visions)

O trio de satélites da missão Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA), revelou um novo tipo de onda magnética, que parece varrer a “superfície” do núcleo externo da Terra a cada sete anos. A onda misteriosa se move na direção oeste, e se desloca por até 1.500 km. A descoberta é fruto de medidas do campo magnético terrestre obtidas por instrumentos em solo, que sugeriam a existência de alguma onda, somada às medidas dos satélites no espaço.

A Terra é envolvida por um campo magnético, que atua como uma grande bolha protetora dos raios cósmicos e partículas carregadas do vento solar. A maior parte do campo magnético vem do dínamo, um oceano de ferro derretido a 3.000 km de profundidade, que forma o núcleo do nosso planeta. A missão Swarm é responsável por coletar sinais magnéticos do núcleo e de outras partes da Terra, como a crosta e ionosfera.

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Com as medidas dos satélites Swarm combinadas a dados das missões Champ (Alemanha) e Ørsted (Noruega), os cientistas conseguiram detectar a onda magnética que, até então, era teórica. “Os geofísicos já teorizaram a existência destas ondas, mas pensavam que elas ocorriam em escalas de tempo muito maiores do que nossa pesquisa mostrou”, disse Nicolas Gillet, autor principal do estudo.

Para tentar descobrir o que explicava as informações do campo magnético da Terra obtidas por instrumentos em solo, eles trabalharam com um modelo computacional do dínamo no interior do planeta. Eles descobriram que as ondas ficam alinhadas em colunas que acompanham o eixo de rotação da Terra, e o movimento e mudanças do campo magnético associados a elas parecem ser mais fortes na área equatorial do núcleo do planeta.

Gillet explica que as ondas são causadas, provavelmente, por perturbações nas profundezas do núcleo terrestre. “Cada uma é especificada por seu período e escala de comprimento típicos, e o período depende das características das forças em jogo”, observou ele. O estudo mostrou que as ondas magneto-Coriolis têm período de quase sete anos, mas podem haver outras, com períodos de oscilação diferentes. “Para as ondas magneto-Coriolis, o período indica a intensidade do campo magnético no núcleo”, finalizou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

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Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences; Via: ESA