Satélite revestido com tinta ultraescura será lançado já no próximo ano de 2026
Por Danielle Cassita |

Cientistas querem lançar em 2026 o Jovian-1, pequeno satélite coberto por uma nova versão do chamado Vantablack, um dos materiais mais escuros já criados pela humanidade. A ideia é que o revestimento da Surrey NanoSystems ajude a combater a poluição luminosa causadas pelos milhares de satélites na órbita da Terra, que afetam observações astronômicas.
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O projeto é liderado pelo Joint Universities Programme for In-Orbit Training, Education and Research (JUPITER), uma colaboração entre as universidades de Surrey, Portsmouth e Southampton, no Reino Unido. O objetivo da iniciativa é avaliar se o revestimento ultranegro pode reduzir o brilho dos satélites visíveis da Terra e, com isso, minimizar os impactos nos estudos dos objetos cósmicos.
Para isso, o satélite foi coberto por Vantablack 310, uma versão modificada do Vantablack “comum”, revestimento que absorve 99,965% da luz que incide sobre superfícies cobertas pelo composto. A diferença é que a versão criada para o satélite foi alterada para resistir às variações de temperatura, radiação cósmica e outras condições encontradas no espaço.
“Nossa última tecnologia de revestimento, o Vantablack 310, oferece performance super escura em vários ângulos de observação enquanto se mantém robusta ao ambiente desafiador da órbita baixa da Terra”, comentou Kieran Clifford, líder do projeto. Segundo ele, o objetivo é “garantir o acesso ao céu noturno com equidade e sustentabilidade para todos”.
Esta é mais uma iniciativa desenvolvida em meio à crescente preocupação com a poluição luminosa e seus efeitos nas observações astronômicas. Atualmente, há cerca de 14.900 satélites ativos em órbita, mas esse número pode ultrapassar os 100 mil nas próximas décadas. O reflexo da luz solar em superfícies metálicas desses satélites interfere nas imagens captadas por observatórios ao redor do mundo, comprometendo dados científicos.
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Fonte: LiveScience