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Satélite meteorológico confirma a causa do escurecimento da estrela Betelgeuse

Por| Editado por Rafael Rigues | 31 de Maio de 2022 às 12h40

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ESO/L. Calçada
ESO/L. Calçada

Pesquisadores da Universidade de Tóquio usaram os dados de um satélite meteorológico para investigar o motivo pelo qual Betelgeuse, uma supergigante vermelha, perdeu parte do seu brilho em 2019. O estudo revela como satélites de observação do clima terrestre também podem ser usados para estudar o espaço profundo.

Betelgeuse é uma das estrelas mais brilhantes do céu noturno e faz parte da constelação de Órion. No entanto, no final de 2019 ela chamou a atenção dos astrônomos de todo o mundo porque seu brilho diminui, evento que ficou conhecido como o “Grande Escurecimento”.

Abaixo, a animação mostra a queda no brilho da supergigante:

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A queda no brilho durou até o início de 2020, sendo objeto de muitas investigações. Enquanto alguns astrônomos sugeriam que a estrela estava prestes a morrer como uma supernova, outros diziam que o escurecimento foi provavelmente produzido por uma nuvem de poeira.

No ano passado um estudo confirmou que o motivo do escurecimento da estrela foi uma nuvem de poeira criada por ela mesma que, então, a encobriu. Ainda assim, pesquisadores da Universidade de Tóquio queriam entender melhor essa dinâmica, e para isso decidiram usar uma ferramenta incomoum: o satélite meteorológico japonês Himawari-8, que foi feito para analisar o nosso planeta, e não estrelas distantes.

Investigando Betelgeuse

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O satélite japonês é do tipo geoestacionário e orbita a Terra a mais de 35 mil km acima do equador. Ele registra dados infravermelhos e os transmite para estações terrestres diariamente e, dada a sua distância, também consegue capturar algumas estrelas de fundo em suas observações.

A equipe conseguiu coletar os dados do satélite de 2017 a 2021 e se debruçou para analisar as imagens nas quais Betelgeuse poderia aparecer, especialmente no período em que ela escureceu. Em todos esses anos, a estrela aparecia uma vez ao dia nos registros.

Após a análise dos dados, os pesquisadores descobriram que a temperatura da supergigante vermelha diminuiu cerca de 140 °C. Eles também encontraram evidências de poeira encobrindo Betelgeuse e, consequentemente, diminuindo seu brilho — confirmando a descoberta do ano passado.

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O novo estudo demonstra como os dados de satélites meteorológicos podem ser valiosos para a ciência espacial. Não apenas por coletarem informações com maior regularidade que os telescópios terrestres, mas também porque, no espaço, não há a interferência da atmosfera, o que resultado em informações “mais limpas”.

O estudo foi apresentado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy, Via Phys.org