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Satélite europeu Proba-1 completa 20 anos de observações da Terra

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Outubro de 2021 às 20h30

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ESA
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No dia 22 de outubro de 2001, a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou a missão Project for On Board Autonomy (Proba-1), um pequeno satélite desenvolvido em um curto intervalo de tempo para realizar demonstrações de tecnologia no espaço ao longo de dois anos. Entretanto, assim que entrou em órbita, o Proba-1 mostrou grande potencial e, hoje, passadas duas décadas desde seu lançamento, ainda segue operando e produzindo observações da Terra. 

O Proba-1 consegue realizar manobras autônomas de direcionamento, navegação e processamento de controle, além de gerenciar também suas cargas úteis. Ele conta com os instrumentos Compact High Resolution Imaging Spectrometer (CHRIS) e High Resolution Camera (HRC), que já produziram milhares de imagens de lugares variados e se mostram vitais para o monitoramento ambiental de determinadas regiões. 

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Todo esse potencial é o resultado de fatores diversos, como o desenvolvimento através do programa General Support Technology Programme (GSTP) e construção pela Verhaert, da Bélgica, que fizeram com que o pequeno satélite representasse uma grande mudança nas pequenas missões da indústria espacial da Europa. O Proba-1 foi a primeira tentativa da ESA para se aventurar em pequenas missões e marcou o início da série de satélites Proba. 

Frederic Teston, gerente do projeto Proba, afirma que o satélite foi uma grande inovação para sua época. “Em termos de tecnologia, de tempo de desenvolvimento, de baixo custo, tudo era novo”, recorda. Além das inovações, o Proba-1 não decepcionou: ao longo dos seus 20 anos de funcionamento, nenhuma das unidades primárias falhou e todos os sistemas primários continuam operacionais. 

Além disso, o Proba-1 foi o primeiro satélite da ESA com recursos totalmente autônomos, ou seja, foi criado para realizar tarefas diárias, como gerenciamento de cargas úteis e recursos, com pouco envolvimento por parte das equipes em solo. Outra inovação foram as mudanças no código que controla aspectos autônomos da missão; no caso da Proba-1, a missão foi lançada rapidamente porque os engenheiros trabalharam com uma ferramenta que produziu o software automaticamente.

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Assim, puderam alterar as partes necessárias sem a necessidade de criar um novo código. Pierrik Vuilleumier, membro da equipe do Proba-1, explica que eles modelaram tudo em um software conhecido como o “ancestral” do matlab. “Tudo foi modelado na ferramenta, então no fim nós apertamos o botão e geramos automaticamente o software compilado e ligado ao software de bordo”, disse. A ferramenta registrou também a documentação no modelo, o que permite treinar novos engenheiros para usá-la.

Hoje, o satélite segue em atividade com baterias de lítio. “Fomos os primeiros a lançá-las, e naquela época os especialistas acreditavam que iriam durar no máximo 6 meses no espaço”, destaca Vuilleumier. “Hoje, 20 anos depois, não percebemos nenhuma degradação das baterias, e elas têm 23 anos!”, disse ele. Claro, componentes comerciais são considerados itens de maior risco ou menor confiabilidade — mas a equipe do Proba mostrou que a boa engenharia permitiu que o hardware continuasse funcionando por 20 anos, mesmo nas condições do espaço.  

Fonte: ESA