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Rover da NASA mostra como foi "ver" tempestade solar em Marte

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Nem Marte escapou da tempestade solar extrema ocorrida em maio. Graças aos rovers e orbitadores que estudam o Planeta Vermelho, os cientistas da NASA tiveram visão privilegiada dos efeitos que as explosões solares e ejeções de massa coronal causaram por lá.

O evento aconteceu em maio, quando nosso astro liberou uma explosão considerada uma das mais fortes. O fenômeno liberou raios X e gama em direção a Marte, que viajaram acompanhados pelas partículas de uma ejeção de massa coronal. 

Como se moviam à velocidade da luz, os raios X e gama da explosão chegaram; após alguns minutos, foi a vez da ejeção de massa coronal. Se algum astronauta azarado estivesse perto do rover Curiosity quando as partículas chegaram, ele receberia uma dose de radiação de 8.100 micrograys, o equivalente a 30 radiografias do peito.

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A dose não é letal, mas representa o mais alto pico de radiação já medido pelo instrumento Radiation Assessment Detector, do Curiosity, desde seu pouso em Marte há 12 anos. “Na órbita de Marte ou no espaço profundo, a taxa de dose [de radiação] seria significativamente maior”, observou Don Hassler, principal investigador do instrumento. 

É interessante que as câmeras de navegação do Curiosity capturaram pequenos rastros brilhantes nas imagens, parecidos com faíscas. Estas estruturas são o resultado da grande quantidade de radiação recebida pelo instrumento, que foi atingido pelas partículas eletricamente carregadas. 

Tempestade solar em Marte

Algo semelhante aconteceu com a câmera do orbitador Mars Odyssey. A sonda usa o instrumento para sua orientação na órbita do planeta, mas a câmera recebeu tantas partículas solares que parou de funcionar temporariamente. Apesar do ocorrido, o Mars Odyssey conseguiu coletar dados sobre os raios X, gama e partículas carregadas. 

Enquanto isso, o orbitador MAVEN registrou auroras boreais, um dos efeitos mais impressionantes das tempestades solares. Como a Terra tem um campo magnético robusto, as auroras costumam acontecer em regiões próximas dos polos. Já em Marte, não há campo magnético para barrar as partículas. Portanto, as auroras marcianas acontecem em todo o planeta. 

Os efeitos da tempestade solar em Marte são incríveis, e representam uma ótima oportunidade para os cientistas estudarem o que este evento causou no espaço profundo. Além disso, os dados obtidos podem ajudá-los também a estimar quanta radiação futuros astronautas encontrariam lá. 

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Fonte: NASA