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Relâmpagos na Terra primitiva podem ter ajudado no florescer da vida

Por| Editado por Patricia Gnipper | 16 de Março de 2021 às 19h30

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Johannes Plenio/Pexels
Johannes Plenio/Pexels

Não é de hoje que buscamos compreender como a vida surgiu aqui na Terra há bilhões de anos. Por exemplo, a hipótese da panspermia tenta explicar que a vida surgiu por aqui graças a elementos essenciais sendo trazidos, do espaço, por meio de cometas e asteroides. No entanto, pesquisas mais recentes indicam que a vida ocorreu a partir de um “sopa” de elementos químicos fundamentais, como o carbono, somadas ao calor da atividade vulcânica e os relâmpagos primordiais.

Em recente pesquisa publicada na revista Nature, cientistas apontam os relâmpagos da jovem Terra como uma das peças centrais desse quebra-cabeça. Isso porque as descargas elétricas, ao atingirem o solo, criam um certo tipo de vidro chamado "fulgurito". Essa rocha, formada quando um raio atinge solos ricos em argila, contém fósforo — um dos elementos fundamentais para a composição da vida — e também presente naquela “sopa” de elementos apontada com a origem vida.

Através de um modelo computacional, pesquisadores observaram que cerca de 1 a 5 bilhões de relâmpagos por ano teriam marcado presença na Terra primitiva — hoje temos aproximadamente uma taxa de 560 milhões de raios ao ano. Quando esses dados são aplicados a um período de 1 bilhão de anos, estima-se um total de 1 quintilhão (o número 10 seguido de 18 zeros) dessas descargas elétricas. O que teria acarretado em uma quantidade significativa de fósforo, tão essencial para a formação de moléculas orgânicas, o DNA ou RNA.

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A equipe responsável pelo trabalho também aponta que esta mesma dinâmica pode ocorrer em outros mundos. O principal autor do artigo e cientista planetário da Universidade de Yale, Benjamin Hess, diz: “este trabalho nos ajuda a entender como a vida pode ter se formado na Terra e como ainda pode estar se formando em outros planetas semelhantes à Terra". Dessa maneira, estudar sobre a dinâmica de relâmpagos nesse período é um caminho plausível pela busca de respostas tão fundamentais quanto a origem da vida aqui.

Embora o mesmo tipo de fósforo encontrado em fulguritos também apareça em análises de meteoritos, o modelo sugere que a quantidade de fósforo proveniente das descargas elétricas tenha superado, há cerca de 3,5 bilhões de anos, a quantidade que chegou à Terra pela queda de outros corpos. Aliás, boa parte desses relâmpagos teriam se concentrado em regiões mais tropicais — onde potencialmente concentrava uma quantidade maior dos outros ingredientes da sopa.

O fósforo é apenas um dos vários elementos necessários para a vida existir. Os pesquisadores afirmam no artigo que: “isso apresenta um mecanismo independente do fluxo de meteoritos para gerar continuamente fósforo reativo prebiótico em planetas semelhantes à Terra, potencialmente facilitando o surgimento de vida terrestre de maneira indefinida”.

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Para ler o artigo com a pesquisa e dados acesse Nature Communications.

Fonte: Science Alert