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Seríamos todos alienígenas? Entenda a controversa hipótese da panspermia

Por| 09 de Setembro de 2020 às 18h00

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skeeze/Pixabay
skeeze/Pixabay

Recentemente, circularam novas potenciais evidências de que micróbios e seres extremófilos podem, sim, sobreviver por longos períodos no espaço, possivelmente migrando entre planetas e, assim, distribuindo a vida ao redor do universo. Ou seja: segundo tal hipótese, seríamos todos alienígenas, já que a vida teria chegado à Terra dessa maneira. Isso está relacionado ao conceito controverso da panspermia e, nesta matéria, você compreende melhor do que estamos falando.

Essas novas potenciais evidências surgiram em um artigo publicado na revista Frontiers in Microbiology, explorando até mesmo a possibilidade de espaçonaves construídas na Terra acabarem levando microorganismos a outros mundos (como Marte, por exemplo) e, assim, podendo gerar colônias de seres microscópicos em outro planeta. Ou seja: o ser humano poderia ser tanto consequência, quanto causador da panspermia.

O que é panspermia?

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Ainda no campo das hipóteses, a panspermia é um conceito não comprovado, mesmo que seja baseado em argumentos válidos e evidências que não merecem ser ignoradas. A panspermia teoriza que formas microscópicas de vida, como as bactérias, por exemplo, podem sobreviver no inóspito ambiente espacial por longos períodos, aterrissando em planetas por meio de impactos de asteroides e cometas. Assim, esses seres, ao despertarem em seu destino final, acabariam se reproduzindo e, consequentemente, iniciando o surgimento de novos tipos de vida.

E a ideia da panspermia também é teoricamente possível quando pensamos em sondas enviadas por nós a outros mundos. Por mais que as naves espaciais sejam higienizadas, elas carregam microorganismos terrestres ao espaço, sendo que, caso eles consigam sobreviver ao inóspito ambiente cósmico, podem acabar sendo liberados em outros planetas, cometas, luas e asteroides e, quem sabe, podem até mesmo acabar se reproduzindo por lá — ou seja, iniciando uma colônia fora da Terra. Mas vejam bem, pois estamos usando a palavra "podem", no sentido de isso ser uma possibilidade, e não um fato confirmado — muito menos consumado, até então.

Para que a hipótese da panspermia seja validada de alguma maneira, ainda é preciso que existam provas concretas de que esses microorganismos são mesmo capazes de sobreviver a longas jornadas espaço afora, bem como capazes de se reproduzir em outras superfícies.

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Como comprovar (ou refutar) a panspermia?

Existem alguns estudos e experimentos por aí nesse sentido, e um deles foi a missão japonesa Tanpopo, que significa "dente-de-leão". A ideia de pesquisadores da Universidade de Tóquio, em conjunto com a agência espacial japonesa JAXA, era verificar se a bactéria deinococcus, conhecida por ser resistente à radiação, poderia sobreviver no espaço. Para isso, eles posicionaram bactérias deste tipo em painéis do lado de fora da Estação Espacial Internacional (ISS), fazendo o teste com amostras de diferentes espessuras, que ficaram ali expostas por períodos entre um e três anos. Depois, o time resgatou o experimento para ver se alguma bactéria sobreviveu.

Surpreendentemente, uma colônia de bactérias sobreviveu abaixo de uma camada de bactérias que acabaram morrendo. Com isso, a equipe concluiu que uma colônia de 1mm de diâmetro é capaz de sobreviver por até oito anos no espaço sideral.

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Mas será que esse tipo de estudo é a confirmação que precisamos para validar a hipótese da panspermia? A resposta é: não exatamente. Esse experimento prova que esse tipo específico de bactéria foi capaz de sobreviver por um tempo específico em um local específico no espaço, apenas — e também não prova que tais bactérias conseguiriam sobreviver caso fossem despejadas em outro mundo, muito menos se reproduzir por lá.

Ou seja: ainda há muito a pesquisar nesse sentido, uma vez que, por enquanto, existem mais perguntas do que respostas quando o assunto é a polêmica hipótese da panspermia.

Com informações de Forbes