Pesquisa sugere relação entre raios e a vibração elétrica de nossas células
Por Danielle Cassita | •
Em um novo estudo, o pesquisador Colin Price, da Universidade de Tel Aviv, propõe que pode haver alguma relação entre a vibração do zumbido elétrico da atividade celular animal de baixa frequência e as vibrações naturais atmosféricas causadas por raios. Quando atingem o solo, os raios criam ondas de energia eletromagnética de baixa frequência, que se propagam pela atmosfera da Terra no fenômeno conhecido como “ressonância de Schumann”. Assim, Price sugere que células primordiais podem ter sincronizado suas atividades elétricas com as ressonâncias naturais da atmosfera, o que teria originado o zumbido.
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Pode parecer algo raro, mas essas sincronizações são, na verdade, bem comuns: nossos próprios ritmos circadianos — ou nossos "relógios biológicos" — são sincronizados com os dias e as estações. “Por volta de 20 anos atrás, começamos a descobrir que vários sistemas biológicos, dos organismos mais simples aos mais complexos, têm atividade elétrica exatamente na mesma faixa da frequência da atividade global dos raios”. Para a equipe, é possível que as formas de vida tenham se adaptado às frequências naturais ou sincronizado suas próprias frequências a elas.
Os pesquisadores ainda não identificaram de que forma a ressonância dos relâmpagos e da atividade elétrica biológica pode estar sincronizada. Uma explicação pode estar na reação que acontece com os raios: quando eles ocorrem, a transferência de íons de cálcio para as células é afetada. "Existem mais e mais evidências que sugerem relações entre as frequências atmosféricas naturais e organismos biológicos", disse Price ao portal Live Science. Mesmo assim, ele aponta que os pesquisadores ainda não entendem o que essas conexões são e como elas funcionam.
Entretanto, James Lin, professor emérito na Universidade de Illinois, mostra-se cauteloso com a pesquisa. Para ele, a teoria ainda é especulativa, uma vez que há outros sinais elétricos mais relacionados à massa corporal do que a ressonância de Schumann.
Fonte: Live Science