Rajadas rápidas de rádio perfuram galáxia vizinha da Via Láctea
Por Daniele Cavalcante • Editado por Patricia Gnipper |

Cinco novas rajadas rápidas de rádio (FRBs) detectadas por um radiotelescópio em Westerbork, na Holanda, perfuraram a galáxia do Triângulo, uma das vizinhas da Via Láctea. A descoberta veio após a atualização dos instrumentos e foi publicada na revista Astronomy & Astrophysics.
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As FRBs são explosões em ondas de rádio misteriosas, cuja origem é desconhecida pelos astrônomos, mesmo com muitas detecções desde a primeira observação em 2007. Elas duram poucos milissegundos mas liberam cargas de energia incrivelmente poderosas.
Em muitos casos é difícil determinar até mesmo de qual galáxia as rajadas vieram, mas os astrônomos suspeitam que elas são emitidas por estrelas de nêutrons. O problema é que não existe alguma maneira de saber quando e onde uma delas vai acontecer.
Com as atualizações do telescópio de Westerbork, os cientistas conseguiram detectar cinco novas FRBs em imagens muito mais nítidas do que as obtidas antes. Além disso, o supercomputador ARTS — também implementado na atualização dos telescópios de Westerbork — permitiu aumentar a nitidez das imagens.
Se ainda não podemos descobrir o que produz essas explosões, os cientistas ao menos podem usá-las para saber mais sobre a matéria do universo. É que as rajadas viajam pelo universo atravessando diversas nuvens de poeira cósmica, que de certa forma deixam suas marcas sobre o sinal de rádio das FRBs.
Com os dados dos instrumentos atualizados e com a localização exata das FRBs, os astrônomos descobriram que várias delas haviam perfurado a Galáxia do Triângulo. Não só isso: também foi possível usar as rajadas para determinar o número máximo de átomos invisíveis nessa galáxia, pela primeira vez
Rastrear os átomos e seus elétrons em galáxias é importante para saber mais sobre a matéria escura do universo — um tipo de substância presente em todas as galáxias e que não interage com a luz, mas talvez deixe sua marca nas FRBs.
Fonte: Astronomy & Astrophysics, via: Astron.nl