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Radiotelescópio testa técnica única na busca por extraterrestres

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Fevereiro de 2023 às 15h35

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Ou Dongqu/Xinhua
Ou Dongqu/Xinhua

Uma equipe de pesquisadores de diferentes instituições usou o radiotelescópio Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope (FAST), instalado na China, para procurar possíveis sinais de inteligência extraterrestres (o que é chamado de “SETI”, na sigla em inglês). Considerado o maior e mais sofisticado radiobservatório do mundo, o FAST foi criado para tarefas como estudar pulsares e detectar rajadas rápidas de rádio, mas também atende às necessidades dos cientistas que incansavelmente buscam um mínimo indício de que existe vida tecnologicamente avançada além da Terra.

Para o estudo, os autores analisaram 33 exoplanetas próximos com duas estratégias. Uma delas foi a versão tradicional da chamada Correspondência de Coincidência Multifeixe (MBCM), técnica que pode ser executada em tempo real e permite a eliminação de falsos-positivos nos resultados, além de oferecer um campo mais amplo para buscas por meio dos de diferentes feixes do telescópio usado — esses feixes significam a área estudada no céu. Como o FAST conta com um receptor de 19 feixes, ele permitiu que a equipe observasse 19 diferentes lugares no céu, o que tornou a MBCM ainda mais valiosa.

Já o modo de “busca cega”, também adotado pela equipe, consistiu em usar os 19 feixes do FAST para procurar sinais de inteligência extraterrestre, sendo que o feixe central iria rastrear um alvo de interesse, enquanto os demais seriam usados como referências.

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Após a análise dos 33 exoplanetas, a equipe descobriu dois sinais intrigantes, mas, ao investigar as emissões, eles determinaram que eram algum tipo de interferência. Depois, outra análise dos dados revelou um sinal em um feixe com baixa taxa proporção sinal-ruído. Entretanto, a equipe decidiu rejeitar esta emissão porque ela tinha comportamento parecido com o de outras emissões.

O estudo não trouxe a detecção clara de tecnoassinaturas (os sinais de atividade tecnológica que podem indicar a existência de alguma civilização avançada fora da Terra), mas rendeu os testes da técnica e dois sinais para possíveis observações de acompanhamento nos próximos anos.

“Esta técnica foi aplicada pela primeira vez no SETI”, disse Dr. Vishal Gajjar, coautor do estudo. “A técnica única pode ser útil, porque ela reduz a quantidade de falsos-positivos e permite uma busca mais eficiente pelos sinais das civilizações extraterrestres”, disse. “Ao reduzir a quantidade de interferências, a rejeição da coincidência de feixes múltiplos amplia a sensibilidade da busca, e facilita a detecção de sinais mais fracos que acabariam desconsiderados”, finalizou.

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O artigo com os resultados do estudo será publicado na revista The Astrophysical Journal, podendo ser acessado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: arXiv; Via: Universe Today