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Quipu: conheça a estrutura cósmica 13 mil vezes maior que a Via Láctea

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NASA, ESA
NASA, ESA

Parece que a maior estrutura do universo conhecido foi encontrada. Chamada de “Quipu”, tal estrutura é composta por aglomerados de aglomerados galácticos que se estendem por 1,3 bilhão de anos-luz, o equivalente a 13 mil Vias Lácteas enfileiradas, e têm 200 quadrilhões de massas solares. 

O nome “Quipu” é uma referência a um sistema de contagem com nós em cordas criado pelos Incas. E, assim como uma corda Quipu, a estrutura é complexa e tem “nós cósmicos”: ela é composta por um filamento único e longo acompanhado por outros na lateral. 

O mais interessante é que Quipu é apenas uma de cinco grandes estruturas cósmicas descobertas de 424 milhões a 815 milhões de anos-luz da Terra. Juntas, elas abrigam 455 de todos os aglomerados de galáxias, 30% das galáxias e 25% de toda a matéria naquela região do universo

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Quipu é uma estrutura proeminente que pode ser facilmente percebida no céu em um mapa de aglomerados na amplitude do desvio para o vermelho, sem a ajuda de métodos de detecção”, escreveram os autores do estudo que descreve a descoberta.

Eles estavam mapeando a distribuição da matéria no universo em diferentes comprimentos de onda da luz. No caso, a luz das estruturas distantes no universo apresenta o chamado desvio para o vermelho, uma espécie de mudança em direção aos comprimentos de onda da parte vermelha no espectro eletromagnético. Quanto maior for o desvio, mais distante está o objeto.

Por enquanto, Quipu é considerada a maior superestrutura observada nos dados dos pesquisadores, mas estudos anteriores sugerem que outras ainda maiores também devem existir. Segundo eles, estas grandes formações afetam a chamada radiação cósmica de fundo, a luz deixada pelo Big Bang e que está presente uniformemente em todo o universo.

Eles descobriram também que a velocidade local de fluxos de galáxias como aqueles em Quipu afetam as medidas da expansão geral do universo: nos locais dominados por superestruturas, a expansão local das galáxias distorce Constante de Hubble, a medida geral da expansão do universo. 

Como o universo está se expandindo, estas grandes estruturas são temporárias, mas se mantêm importantes mesmo assim devido ao seu tamanho. “Na futura evolução cósmica, essas superestruturas estão fadadas a se dividir em várias unidades em colapso”, escreveram os autores. “Portanto, são configurações transitórias. Mas, no momento, são entidades físicas especiais com propriedades características e ambientes cósmicos especiais que merecem atenção especial.”

O artigo foi aceito para publicação na revista Astronomy and Astrophysics e pode ser acessado no repositório arXiv, sem revisão de pares.  

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Fonte: LiveScience