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Dois pequenos satélites se juntam à missão Hera, com destino a par de asteroides

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Junho de 2021 às 19h20

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ESA/Science Office
ESA/Science Office

No fim deste ano ou no início de 2022, a NASA planeja lançar a missão DART rumo a um sistema binário de asteroides, para se chocar contra Didymos (o menor deles) e, assim, tentar alterar sua trajetória. Então, em 2024, a Agência Espacial Europeia (ESA) deverá lançar a missão Hera, que irá chegar ao sistema em 2027 para verificar como a nave norte-americana se saiu. Agora, a ESA anuncia que a missão será acompanhada por dois CubeSats, chamados de “Juventas” e “Milani”, que têm lançamento também para 2024.

A missão DART (Double Asteroid Redirection Test), da NASA, é um teste para a verificação de uma técnica de desvios de asteroides que possam oferecer riscos à Terra. Para isso, a agência espacial dos Estados Unidos irá lançar uma sonda rumo ao sistema binário formado por Dirmorphos, de 160 m, e Didymos, com 780 m. Depois de alguns anos, vem a missão Hera, que tem o objetivo de coletar informações do objeto e faça análises da cratera deixada pelo impacto da sonda da NASA em Didymos, caso tudo tenha corrido bem.

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Agora, sabemos que a missão será acompanhada por dois CubeSats, missões da classe dos nanossatélites. O Milani estará equipado com o instrumento ASPECT, que é um imageador hiperespectral combinando comprimentos de onda da luz visível àqueles da luz quase infravermelha, para estudar superfícies com 1 m de resolução espacial. Quando estiver no sistema, o ASPECT filtrará a luz solar refletida pelo sistema para procurar “impressões digitais absorvidas”, presentes em minerais.

Tomas Kohout, da Helsinki University explica que, assim, será possível obter um espectro completo de cada pixel: “com isso, podemos identificar mudanças na composição da superfície do asteroide, incluindo a cratera deixada pela DART e material ejetado”, diz. Depois, estas informações serão ligadas a amostras de meteoritos e minerais já conhecidos. Outra carga útil que estará no Milani é o instrumento VISTA (Volatile In-Situ Thermogravimetre Analyser), que detectará a presença de partículas de poeira de até 10 micrômetros para encontrar compostos voláteis. Além disso, o instrumento também caracterizará substâncias orgânicas e monitorar a contaminação molecular em torno do CubeSat.

Para isso, a dupla de CubeSats deverá viajar dois anos até chegar ao sistema dos asteroides. Depois, eles serão liberados apenas parcialmente da nave-mãe, e serão cautelosamente expostos ao espaço para a equipe verificar como o sistema está. Somente após essas análises é que vem a liberação propriamente dita, à velocidade de 5cm/s — se for feita mais rápido que isso, o MIlani corre o risco de deixar o sistema antes de executar a manobra de propulsão.

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Tudo correndo bem, o Milani vai iniciar trajetórias complexas em torno dos asteroides do sistema, tentando sempre manter o foco na face iluminada deles. Posteriormente, o CubeSat irá voar por Dimorphos à altitude máxima de 11,7 km, para garantir que o ASPECT consiga manter o objeto completamente dentro do campo de visão. A missão Milani foi criada para aumentar o retorno científico da Hera, demonstrando também como é o desempenho de um CubeSat no ambiente do espaço profundo.

É que os sinais de navegação usados por estes nanossatélites não estarão disponíveis, e também não será possível que a equipe se comunique diretamente com o componente. A missão tem duração estimada de 12 semanas e, após este período, ainda não está claro qual será o destino dela: talvez, o Milani seja despachado para a chamada “órbita de cemitério”, junto de outros satélites inutilizados. Pode acontecer também de ter um destino mais aventureiro, caso a equipe decida aproveitá-lo para a tentativa arriscada de levá-lo à superfície de Dimorphos.

Fonte: ESA