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Primeiro relatório climático na Cratera Jezero revela -20 ºC e atmosfera limpa

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Abril de 2021 às 13h20

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Assim como observamos as condições do tempo para tomar decisões, os engenheiros da NASA também ficam atentos aos dados de Marte para definir os próximos passos das missões por lá. Em 19 de fevereiro, um dia depois do pouso do rover Perseverance, o sistema Mars Environmental Dynamics Analyzer (MEDA), instalado no rover, ficou ativo por meia hora para coletar dados. As informações iniciais foram recebidas pelos engenheiros no mesmo dia, o que permitiu a produção do primeiro relatório climático na Cratera Jezero.

O sistema pesa cerca de 5,5 kg e é equipado com um conjunto de sensores ambientais que registram níveis de poeira, dados de direção e temperatura do vento, umidade relativa, temperatura do ar e do solo. Os sensores, que ficam no corpo e no mastro do rover, conseguem registrar a temperatura nas altitudes atmosféricas de 0,8 m, 1,45 m e 30 m. Além disso, o sistema também coleta dados de radiação próxima da superfície marciana, o que irá ajudar no planejamento de futuras missões para o planeta.

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O sistema MEDA é ativado a cada hora e, depois que registra e armazena os dados, ele se desativa independentemente das operações do rover. Com os primeiros dados obtidos, a equipe conseguiu produzir o primeiro relatório de como estava o tempo na cratera Jezero naquele momento. Quando o sistema iniciou os registros, a temperatura por lá era de aproximadamente -20 ºC; após 30 minutos, ela caiu para -25,6 ºC. Por fim, os dados do sensor de poeira e radiação do MEDA mostraram que a cratera Jezero tinha atmosfera mais limpa que a cratera Gale, onde fica o rover Curiosity.

Jose Antonio Rodriguez Manfredi, principal investigador do MEDA, comentou que a expectativa era grande para a chegada dos dados, que iriam confirmar que o instrumento pôde pousar em segurança: “depois de anos de trabalho e planejamento, recebemos o primeiro relatório de dados do MEDA, e nosso sistema estava ativo e enviando os primeiros dados metereológicos, junto de imagens da SkyCam”, disse. Já Manuel de la Torre Juárez, principal investigador adjunto do instrumento, explica que os relatórios serão capazes de fornecer uma visualização geral do ambiente próximo da superfície de Marte, e os dados irão revelar mais sobre os enigmas climáticos do planeta, o que irá ajudar na preparação para o envio de missões tripuladas para lá.

Com os relatórios climáticos produzidos pelo MEDA, no Perseverance, somado aos dados do rover Curiosity e do lander InSight, os engenheiros conseguem dados de diferentes localidades do Planeta Vermelho. Este trio de missões irá permitir um entendimento mais profundo sobre os padrões climáticos e turbulências atmosféricas em Marte, que podem influenciar no planejamento de missões futuras. Mas, por enquanto, os dados do MEDA já estão ajudando a equipe a decidir quais serão as melhores condições para o helicóptero Ingenuity realizar suas tentativas de voo, sendo que a primeira deverá ocorrer no dia 11 de abril.

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Agora, durante o próximo ano, o instrumento irá coletar informações importantes sobre os ciclos de temperatura, calor e poeira em Marte, além de revelar com as partículas de poeira interagem com a luz, afetando o clima e a temperatura do planeta. Por fim, as leituras de intensidade da radiação solar, formação de nuvens e ventos locais serão usadas para os cientistas planejarem como será a missão de retorno das amostras coletadas pelo Perseverance.

Durante a missão, o rover irá coletar material de diferentes locais na cratera Jezero e irá depositar essas amostras em tubos pelo solo. Depois, os tubos serão coletados por uma missão conjunta, feita pela NASA e Agência Espacial Europeia, e tudo isso deverá ocorrer no fim da década de 2020.

Fonte: NASA