Por que esses exploradores estão passando 80 dias na Antártida?
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 23 de Dezembro de 2021 às 14h30
Os exploradores Justin Packshaw e Jamie Facer Childs estão se aventurando em uma jornada de 3.650 km na Antártida. O desafio faz parte da missão Chasing the Light, uma expedição que ajudará a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) a entender melhor como as condições de outros planetas podem impactar física e psicologicamente o corpo e mente dos humanos.
- Qual o lugar mais longe que o Homem já foi no espaço? E qual será o próximo?
- Esses voluntários ficarão confinados por 45 dias simulando viagem à lua Fobos
Primeiro, eles precisam percorrer um trajeto de 2.159 km, saindo do porto de Novolazarevskaya e indo até o polo sul geográfico. Depois, vão seguir viagem por mais 1.490 km, indo da enseada de Hércules até chegarem a Union Glacier Camp. Atualmente, a dupla já passou do 40º dia de viagem (a jornada terá 80 dias no total) e, além das temperaturas congelantes, vêm enfrentando também ventos que podem chegar a 320 km/h.
A viagem é dura, mas irá ajudar em futuras explorações espaciais tripuladas. “Assim como as condições extremas encontradas nos planetas do Sistema Solar, a Antártida tem um ambiente hostil que é útil para uma série de pesquisas humanas e biológicas”, descreve o site da missão. “A missão de Justin e Jamie irá ajudar os cientistas a observar uma história rara da adaptabilidade humana, que acabará contribuindo para a exploração espacial”.
Para isso, a NASA, a ESA e a Universidade de Stanford estão coletando dados de dispositivos inteligentes que os viajantes estão usando. Além destes itens, eles não levam nenhuma outra tecnologia que ajude na viagem: Justin e Jamie estão seguindo somente com uma pipa, que aproveita ventos favoráveis para ajudar no deslocamento, e levam dois trenós de 200 kg com alimentos, equipamentos e amostras fisiológicas que vão coletar.
Outra tarefa deles é a coleta de dados ambientais, como o nível do gelo, radiação e velocidade dos ventos. Como os satélites não ficam exatamente sobre o polo sul, estas medidas podem preencher uma lacuna deixada pelos dados coletados em órbita, contribuindo também para pesquisadores receberem informações importantes sobre as mudanças climáticas.
Por fim, a jornada ajudará ainda a NASA a entender como a percepção de distâncias pode ser afetada em ambientes extremos. Por exemplo, durante a missão Apollo 14, os astronautas Alan Shepard e Edgar Mitchell acreditavam que uma cratera lunar estava a mais de 1 km de distância. No fim, eles estavam a apenas 15,2 m da formação. Originalmente, a jornada dos exploradores seria mais longa, mas o trajeto precisou ser alterado e, com certeza, ainda guarda várias surpresas pela frente.
Você pode conferir atualizações sobre a expedição de Justin e Jamie e até um diário de viagem no site da missão. Para acessá-lo, é só clicar aqui.
Fonte: Chasing the Light; Via: Live Science