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Por que alienígenas tecnologicamente avançados ainda não nos encontraram?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Outubro de 2022 às 17h22

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Thomas Budach/Pixabay
Thomas Budach/Pixabay

“Onde estão todos?” Essa foi a pergunta do físico Enrico Fermi aos seus colegas, referindo-se aos alienígenas que já deveriam ter feito algum tipo de contato conosco. Desde então, cientistas tentam resolver o Paradoxo Fermi, mas um novo estudo sugere que, talvez, o Sistema Solar seja muito desinteressante para os ETs.

O Paradoxo Fermi é baseado na equação de Drake, que descreve algumas variáveis para calcular as chances de encontrarmos alguma civilização alienígena tecnologicamente evoluída o bastante para se expandir pela galáxia.

Considerando a quantidade de estrelas parecidas com a nossa, com planetas em órbita na zona habitável e a taxa de formação de estrelas (cerca de duas massas solares por ano, na Via Láctea), as probabilidades de existirem civilizações mais avançadas que a nossa são altas.

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Se elas existirem, é muito provável que elas se interessem em se expandir pela galáxia, espalhando-se por outros sistemas estelares, avançando continuamente. Se isso estiver acontecendo agora, deveríamos perceber. Mas não há nenhum sinal. Então, onde estão todos?

A estrela certa

Quando os cientistas do nosso planeta procuram por mundos potencialmente habitáveis, eles supõem que as condições para a vida devem ser relativamente semelhantes às da Terra. Como resultado, eles costumam procurar habitabilidade em estrelas semelhantes ao Sol.

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Em outros mundos habitados por civilizações tecnológicas, o mesmo pode acontecer. E se elas estiverem em um tipo de estrela diferente do Sol, talvez eles não percam tempo procurando planetas em regiões como o Sistema Solar.

O novo artigo tenta resolver o Paradoxo de Fermi com essa abordagem. Os autores dizem que nem todos os tipos de estrelas são desejáveis ​​para uma civilização tecnológica em expansão, ou seja, em busca de um planeta para colonizar — estrelas de baixa massa seriam mais interessantes.

Especificamente, as estrelas anãs vermelhas (classe K e M) poderiam ser as melhores candidatas a ter mundos acolhedores para um plano de migração para civilizações de vida longa. O motivo é que essas estrelas podem durar até 10 trilhões de anos.

Para termos noção da dimensão desse número, 1% de 1 trilhão é o mesmo que 10 bilhões, que é a estimativa de vida do nosso Sol. E por que isso seria importante? É que se alguma civilização quiser se expandir por muito tempo pelo universo para preservar a espécie, essas estrelas são muito mais atraentes que as anãs amarelas, como o Sol.

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Os aliens podem se espalhar pela Galáxia?

Assim, os autores calcularam as estimativas baseadas em uma civilização se espalhando pela galáxia em ondas, concluindo que se apenas anãs K e M forem alvos, levaria dois bilhões de anos para alcançar todas essas estrelas.

Com capacidades para viagens espaciais maiores que a nossa, a suposta civilização poderia reduzir drasticamente o tempo para conquistar as anãs vermelhas de nossa galáxia. “As civilizações podem alavancar encontros estelares próximos para se expandir rapidamente pela galáxia sem a necessidade de voos espaciais relativísticos”, argumentam os autores.

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Seguindo esse raciocínio, a ausência de evidência realmente não é evidência de ausência. Os aliens podem estar ocupados demais povoando planetas em anãs vermelhas. Por isso, o estudo recomenda que as investigações à procura dessas civilizações tenham foco nessas estrelas de baixa massa.

Ainda que não encontremos nada, essa busca pode ser útil para colocar mais restrições baseadas em evidências nos modelos matemáticos. Quem sabe isso se torne útil para as gerações futuras?

Talvez a humanidade nunca descubra civilizações fora da Terra, mas isso não significa que não devemos procurar. Até porque a busca em si e a inconformidade com perguntas sem respostas são parte da ciência, e podem nos levar a outras descobertas igualmente importantes.

O artigo foi aceito para publicação na Astrophysical Journal.

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Fonte: arXiv.org; via: Space.com