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Pistas sobre o passado do Sol podem estar "enterradas" na Lua

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Setembro de 2022 às 14h26

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Mike Petrucci/Unsplash
Mike Petrucci/Unsplash

Uma equipe de cientistas sugere que a superfície lunar pode ser um ótimo lugar para se estudar o passado do Sol. Para Prabal Saxena, cientista do Goddard Space Flight Center, da NASA, e seus colegas, os fluxos de lava que já correram sobre a superfície da Lua podem proteger grandes partes dela contra a ação do Sol, conservando registros das mudanças na nossa estrela., enquanto impactos de rochas espaciais podem expor camadas mais profundas dela.

Para a equipe, é possível analisar amostras de material lunar para descobrir por quanto tempo ela ficou exposta a raios cósmicos; depois, os dados podem servir para modelar a taxa de raios cósmicos solares dos últimos bilhões de anos. Outra possibilidade seria analisar os vestígios das partículas altamente energéticas, conforme chegaram à superfície lunar.

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Ao comparar amostras variadas em diferentes profundidades e localizações, os cientistas podem entender melhor as mudanças no brilho do Sol ao longo do tempo a partir das mudanças no solo lunar, bastante ligadas à quantidade de radiação solar que recebeu.

O Sol influencia o Sistema Solar há bilhões de anos, mas as “marcas” desta influência em nosso planeta foram perdidas: o vento, a água e os movimentos das placas tectônicas fizeram com que qualquer tipo de mudança na crosta terrestre causada pela ação do acabasse apagada ou até enterrada sob o manto do nosso planeta. Por outro lado, os autores consideram que mundos inertes podem manter estes registros com maior eficiência.

O passado do Sol na Lua

A Lua é o mundo inerte mais próximo de nós e é também o alvo das missões do programa Artemis, que buscará estabelecer a presença humana sustentável e permanente em solo lunar. Assim, os autores acreditam que vale aproveitar para estudar o passado do Sol na Lua. Claro que, desde sua formação inicial, nosso satélite natural ainda teve fluxos de lava e impactos de rochas espaciais — mas a equipe sugere que, na verdade, estes eventos podem ajudar.

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Os cientistas acreditam que os últimos vulcões lunares entraram em erupção há cerca de 1 bilhão de anos, e os fluxos de lava liberados podem ter coberto e protegido grandes partes da Lua das interações com o Sol. Então, se for possível escavá-los para acessar o fundo do regolito lunar (a poeira que cobre a superfície da Lua), talvez seja possível encontrar materiais que indiquem como o Sol era antes de a lava chegar ali.

Ao contrário da Terra, a Lua não tem uma atmosfera protetora que faz com que rochas espaciais sejam queimadas e desintegradas ao passarem por ali. Assim, nosso satélite natural acaba mais exposto a impactos destes objetos, capazes de expor camadas mais profundas da superfície lunar e, assim, facilitando o acesso a elas.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.

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Fonte: arXiv