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Pela primeira vez, detritos espaciais são observados durante o dia

Por| 01 de Setembro de 2020 às 22h00

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University of Bern, AIUB
University of Bern, AIUB

Os detritos espaciais e os problemas que eles podem causar são bastante preocupantes e, para piorar, detectá-los durante o dia não é fácil. Assim, em junho, pesquisadores da Universidade de Berna, na Suíça, conseguiram observar com sucesso — e pela primeira vez — detritos espaciais durante o dia, utilizando lasers geodésicos no observatório Swiss Optical Ground Station and Geodynamics Observatory Zimmerwald. 

Para isso, a equipe precisou enfrentar alguns desafios: primeiro, os sistemas de lasers geodésicos não são tão poderosos quanto os lasers especializados em detritos espaciais. Além disso, identificar lasers individuais de fótons refletidos por objetos durante o dia é complexo, porque esses fótons se misturam à luz. Então, eles trabalharam com uma combinação de rastreamento de detritos com câmeras científicas CMOS, que têm alta sensibilidade e processa imagens em tempo real, a um filtro digital para encontrar estes fótons. 

Thomas Schildknecht, professor e diretor do observatório, comenta que a possibilidade de observações durante o dia permite multiplicar o número de medidas. “Existe uma rede inteira de estações com lasers geodésicos, que podem ajudar a construir um catálogo preciso dos detritos espaciais em órbita”, explica ele. Assim, órbitas mais precisas serão essenciais no futuro para evitar colisões e aumentar a segurança e sustentabilidade no espaço. Além disso, uma boa forma de melhorar a precisão da trajetória dos objetos é medindo as distâncias deles. “Nós estivemos utilizando a tecnologia no Observatório Zimmerwald durante anos para medir objetos equipados com retrorrefletores espaciais a laser”. O professor ressalta que essas medidas só eram possíveis durante a noite. 

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Em algumas regiões orbitais, o risco de colisões com detritos é tão alto que os satélites ativos precisam realizar manobras constantemente para evitar choques — tanto que a Agência Espacial Europeia (ESA) emite milhares de alertas anuais de colisão de satélites e realiza dezenas de manobras por ano. Schildknecht explica que “as órbitas desses satélites obsoletos e fragmentos de colisões e explosões não são conhecidos com precisão o suficiente”. Assim, costuma ser bem difícil decidir se valerá a pena realizar uma manobra, porque isso gera altos custos.

A preocupação com os detritos espaciais é uma velha conhecida. Em fevereiro de 2009, por exemplo, houve um incidente onde um satélite de comunicação Iridium 33, que estava ativo e colidiu com o satélite Cosmos 2251 em uma altitude de cerca de 800 km. A colisão gerou uma nuvem de detritos com mais de 10 cm de diâmetro, que se espalharam por uma grande área e ainda ameaçam colidir com outros satélites operacionais.

Fonte: University of Bern