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Astrônomos descobrem pela 1ª vez de onde veio visitante misterioso interestelar

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Reprodução/Filipp Romanov
Reprodução/Filipp Romanov

Um estudo publicado poucos dias após o rastreamento do cometa 3I/ATLAS aponta que o objeto interestelar tem origem na região do disco espesso da Via Láctea. A descoberta foi enviada ao periódico científico The Astrophysical Journal Letters.

A pesquisa, liderada pelo astrofísico Matthew Hopkins, da Universidade de Oxford, também indica que o terceiro objeto interestelar já observado tem cerca de 7 bilhões de anos — aproximadamente 3 bilhões de anos a mais que o nosso Sistema Solar, que tem 4,6 bilhões de anos.

Para rastrear o ponto de origem do 3I/ATLAS, os cientistas utilizaram um protocolo desenvolvido em parceria com astrônomos da Nova Zelândia e do Reino Unido, conhecido como modelo de população de objetos interestelares Ōtautahi-Oxford.

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Esse modelo combina dados do satélite Gaia com informações sobre a composição química do disco da Via Láctea e o movimento de objetos espaciais para traçar a trajetória e a origem do cometa.

"Todos os cometas não interestelares, como o cometa Halley, se formaram ao mesmo tempo que o nosso Sistema Solar, portanto, têm até 4,5 bilhões de anos. Mas os visitantes interestelares têm o potencial de ser muito mais antigos e, entre os conhecidos até agora, nosso método estatístico sugere que o 3I/ATLAS é muito provavelmente o cometa mais antigo que já vimos", destacou Hopkins em entrevista ao Space.com.

Origem no disco espesso da Via Láctea

A idade estimada do cometa está diretamente relacionada à sua origem. O disco espesso da Via Láctea é uma região onde se concentram estrelas muito antigas — com mais de 10 bilhões de anos. Ele se situa entre o disco fino da galáxia e o halo galáctico, região onde também está localizado o Sistema Solar.

A equipe de Hopkins também destacou que o 3I/ATLAS pode ser rico em gelo de água. Isso porque, à medida que o cometa se aproxima do Sol, o gelo sublima, transformando-se em gás que escapa da superfície do objeto.

Essa liberação de gases gera a chamada coma, uma espécie de "aura" em torno do núcleo do cometa, frequentemente acompanhada por uma cauda brilhante — características comuns nos cometas observados no espaço.

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Maior objeto interestelar já observado

O 3I/ATLAS já é considerado o maior objeto interestelar observado até hoje. Estimativas indicam que o cometa tenha cerca de 15 quilômetros de diâmetro, superando o 1I/ʻOumuamua, com aproximadamente 100 metros, e o 2I/Borisov, com cerca de 1 quilômetro.

Atualmente, o cometa está na órbita de Júpiter, a cerca de 670 milhões de quilômetros do Sol e a 520 milhões de quilômetros da Terra. A máxima aproximação do 3I/ATLAS ao nosso planeta deve ocorrer em dezembro deste ano, a uma distância de aproximadamente 270 milhões de quilômetros — sem oferecer qualquer risco à Terra.

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Fonte: Space; Science Alert