Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Novos membros da Via Láctea são descobertos com dados da missão Gaia

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Fevereiro de 2022 às 10h36

Link copiado!

ESA
ESA

O terceiro conjunto de dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), vem ajudando pesquisadores a reconstituir a história da Via Láctea. Em um novo estudo liderado por Khyati Malhan, do Max-Planck-Institut für Astronomie, pesquisadores analisaram os dados da missão em busca de galáxias menores em processo de fusão com a nossa, que podem estar cercadas de aglomerados estelares e galáxias-satélite. O resultado disso é a descoberta de alguns novos membros da Via Láctea.

A Via Láctea começou a se formar há cerca de 12 bilhões de anos e, desde então, vem crescendo em massa e tamanho através de fusões com outras galáxias. Como este processo não foi finalizado, os dados da missão Gaia permitem que astrônomos o acompanhem em andamento, reconstruindo a história da nossa galáxia e descobrindo uma “árvore genealógica cósmica”, formada por menores galáxias que ajudaram a tornar a nossa galáxia o que ela é hoje.

Continua após a publicidade

Quando uma galáxia "cai" na nossa, as forças de maré (grandes forças gravitacionais) a rompem. Se este processo ocorrer lentamente, as estrelas da galáxia em fusão vão formar um grande fluxo estelar, que pode ser facilmente observado no halo da Via Láctea, que cerca o disco de estrelas jovens e o bojo, formado por estrelas mais antigas. Por outro lado, se o processo acontecer rapidamente, as estrelas ficam dispersas no halo, e não deixam assinaturas visíveis.

No caso do novo estudo, a equipe procurou aglomerados estelares globulares e galáxias-satélite em meio aos dados da missão Gaia, já que estes objetos podem estar ao redor das galáxias em fusão. Eles estudaram 170 aglomerados globulares, 41 fluxos estelares e 46 galáxias-satélite da Via Láctea; ao analisá-los de acordo com a energia e momento angular, os autores descobriram que 25% dos objetos pertencem a seis grupos diferentes.

Cinco destes grupos já haviam sido identificados e, entre eles, estão Sagittarius, Cetus, Gaia-Sausage/Enceladus, LMS-1/Wukong, e Arjuna/Sequoia/I’itoi. Pontus, o sexto, é um evento de fusão recém-descoberto. Com base na forma como Pontus foi rompido pela Via Láctea, Khyati e seus colegas acreditam que ele caiu em nossa galáxia entre 8 e 10 bilhões de anos atrás. Quatro dos outros cinco eventos de fusão parecem ter ocorrido por volta deste período; Sagittarius é o evento mais recente e pode ter vindo para a Via Láctea nos últimos 5 ou 6 bilhões de anos — por isso, a nossa galáxia não conseguiu rompê-lo.

Os pesquisadores também não descartam a possibilidade da existência de um sétimo evento de fusão. Assim, de pouco a pouco, os dados da missão Gaia vão ajudando os astrônomos a juntar as peças do quebra-cabeças do histórico de fusões da Via Láctea.

Continua após a publicidade

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.

Fonte: The Astrophysical Journal; Via: ESA