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Novo ciclo solar mantém sua intensidade, mas os próximos podem ser mais fortes

Por| 16 de Setembro de 2020 às 16h45

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Novo ciclo solar mantém sua intensidade, mas os próximos podem ser mais fortes
Novo ciclo solar mantém sua intensidade, mas os próximos podem ser mais fortes

Um dos grandes desafios da ciência tem sido conhecer o ciclo solar o suficiente para que possamos prever quando — e com qual intensidade — as tempestades magnéticas vão atingir a Terra. Isso nos permitiria proteger sistemas de satélites de comunicação, por exemplo, e até mesmo a vida de astronautas na órbita terrestre. Ainda não há como fazer esse tipo de previsão, mas recentemente um grupo de especialistas concluiu que, por enquanto, estamos seguros.

Para os astrônomos, o ciclo solar é algo muito sério e importante e, por isso, existem algumas iniciativas para que se possa estudá-lo com atenção. Uma delas é o Centro de Previsão do Clima Espacial, que se encarrega de monitorar a atividade solar. Eles co-presidiram recentemente um painel de especialistas ao lado da NASA e todos chegaram a uma conclusão: o próximo máximo solar será semelhante ao anterior.

Essa é uma boa notícia, mas também pode ser ruim, ao mesmo tempo. Do lado positivo, podemos concluir que as próximas tempestades magnéticas não serão intensas o suficiente para ameaçar nossos sistemas eletrônicos, já que a anterior também não nos colocou em risco. Entretanto, há um lado negativo. É que a intensidade dos ciclos solares veio caindo desde a década de 1980, então, se o próximo ciclo não seguir esse padrão de decaimento, significa que podemos estar no início de uma nova escalada crescente.

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Cada ciclo solar dura, aproximadamente, 11 anos. Dentro desse período, as atividades solares chegam a um número máximo (conhecido como máximo solar), que é quando haverá a maior quantidade de manchas solares dentro deste ciclo. Depois, elas diminuem nos próximos 5,5 anos ou mais, até atingir o mínimo solar, que é quando o número de manchas solares diminuem para a menor quantidade do ciclo. Em seguida, começam a aumentar novamente. A duração de cada etapa pode variar em cada ciclo

Se o próximo ciclo solar de fato indica que as manchas estão aumentando, talvez seja uma ruptura da tendência de diminuição da atividade magnética que o Sol demonstrou nas últimas décadas. Por exemplo, o ciclo que atingiu o pico por volta de 1980 (conhecido como Ciclo 21, de uma numeração que começa a partir de 1755) atingiu cerca de 250 pontos. O ciclo seguinte (22), foi um pouco mais fraco, e essa tendência continuou até o ano passado. O último máximo solar foi em 2014/15 (Ciclo 24), e o mínimo foi alcançado em dezembro de 2019.

Agora, estamos vivendo durante o início do Ciclo 25, que tem sido fraco até agora. De acordo com os especialistas, no entanto, veremos um pico em julho de 2025 atingindo um máximo de 115 pontos, que é bem próximo ao máximo de 2014/2015.

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É preciso ter em mente que o mínimo/máximo solar não tem exatamente relação com a intensidade com que as rajadas magnéticas serão arremessadas em direção aos planetas do Sistema Solar, e sim com a quantidade de manchas solares, que indicam uma atividade magnética mais intensa. Mesmo que haja poucas, podemos receber uma rajada forte o suficiente para nos causar prejuízos sem precedentes à economia global. Exemplo disso aconteceu no ciclo 23, mais fraco do que os dois anteriores, mas que detonou as explosões solares mais intensas já vistas — felizmente em direção a uma rota que não atingiu nosso planeta.

“A coisa mais importante a lembrar sobre as previsões é que você vai estar errado", disse Dean Pesnell, especialista em ciclo solar do Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland. "Você nunca será perfeito. É o que você aprende com isso que permite que você progrida em suas previsões”. Por isso, este não é o trabalho de uma única pessoa. Cerca de 80 estações em todo o mundo fazem anotações do Sol, no mesmo horário, todos os dias, para fazer a contagem das manchas solares. Tudo para tentar garantir que não seremos pegos de surpresa quando uma grande tempestade vier em nossa direção.

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Fonte: NASA, Space Daily, Bad Astronomy